quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

"Se queres a paz, prepara-te para a guerra".

por Austri Junior


O assunto do dia, e dessa semana, é a compra dos caças suecos, feitos pela presidente Dilma Rouself. Essa notícia está dominando os meios de comunicações e toda a mídia televisiva, radiofônica e eletrônica. Pelo novo contrato, a tecnologia dos caças suecos será transferida para o Brasil. Será?

Muitos são contra essa compra. Eu não! O grande general Duque de Caxias disse: "Se queres a Paz, prepara-te para a guerra". A presidente Dilma Rousself contextualizou (pós-modernamente) muito bem essa máxima do Duque de Caxias. Disse ela: "O Brasil é um país pacífico, mas isso não significa que deve ficar indefeso". Nunca pensei que um dia concordaria com a Dilma em alguma coisa, mas tenho que admitir: Concordo plenamente!

Muito se questiona sobre a compra desses aviões e sobre a necessidade da compra desses aviões. Eu penso que nunca saberemos quando um louco vai nos atacar. Há pouco, faleceu o louco ditador da Bolívia, Hugo Chaves, que eu considerava um grande perigo para a humanidade e principalmente para o Brasil, mas ainda temos o Evo Morales, aquele que "confiscou" as propriedades da Petrobras em território boliviano. O Chaves se foi mas deixou um louco pior que ele no poder: O louco "espiritualista", Nicolás Maduro (digo "espiritualista" porque segundo o próprio Maduro, ele vê o Chaves, e conversa com o Chaves). 

A Inglaterra, por exemplo, nunca imaginou que seria desafiada à guerra, pela pobre e decadente Argentina, que entrou na guerra das Malvinas com a cara e a coragem, e saiu derrotada. É claro que se sofrermos um ataque externo vindo  do mar, pouco ou quase nada poderemos fazer. Numa guerra contra os gigantes, EUA e Reino Unido por exemplo, estaremos fritos no sal. Mas precisamos nos precaver. Os caças que compramos da Suécia são fracos, pois são caças monomotores, desenvolvidos especialmente para defender o território sueco, que é muito pequeno (e diga-se de passagem, a Rainha sueca é brasileira, a Rainha Silvia). O Brasil, por ter um território muito maior, precisa de aviões bimotores, mas segundo os especialistas, adquirir aviões monomotores não nos trará muitas dificuldades, pois a nossa força Aérea tem a tradição de operar aeronaves monomotores. O que precisaremos é ampliar os nossos números de bases aéreas dentro do nosso território.

Porque compramos os caças da Suécia? Porque a rainha sueca é brasileira? Não! Compramos os caças da Suécia porque a Dilma (e aqui eu tiro o meu chapéu para ela) deu o troco político nos EUA, por causa da espionagem comercial contra nós, disfarçada de espionagem contra o terrorismo, e porque os caças suecos são muito mais baratos que os caças norte americanos. Porque não compramos os caças da França? Porque o Lula teve uma rusga com a França, quando apoiou o louco do Ahmadnejad (do Irã), e a França ficou do lado dos EUA. Aliás, que isso sirva de lição e visão para os governantes latinos americanos: Quando o assunto é a guerra física ou diplomática contra os EUA, os seus amiguinhos, a Inglaterra, a França, e a Alemanha, entre muitos outros  países europeus, sempre se colocarão contra os desafiantes e "inimigos" dos EUA. A America Latina que se una, pois caso contrário...

Para finalizar, quanto ao Brasil, preparemo-nos para a guerra (o Duque de Caxias estava coberto de razão), pois nós possuímos 20% de toda a água do planeta, e detemos a maior parte da floresta amazônica que é milionária em riquezas minerais e botânicas. Além disso temos o petróleo e o pré-sal. Tudo isso é motivo suficiente para os dominadores e poderosos declararem a  guerra e para invadirem os ostros países. 

Todos os dias, à caminho do trabalho (ao contrário da Angélica, que vai de táxi, eu vou de ônibus), eu leio uma pichação em um muro no bairro Carapina, em Serra-ES, que diz: "ENQUANTO HOUVER FOME HAVERÁ GUERRA". Ledo engano! As guerras não se travam em função da fome. A fome existe por causa das guerras, por causa da corrupção política, por falta de emprego, pela super população mundial... As guerras se travam por disputa de poderes, por questões políticas, por domínio de territórios, por questões petrolíferas, por causa dos armamentos atômicos..., e no futuro, as guerras se darão principalmente pela posse da água. Com certeza o Brasil está na mira dos poderosos.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Profissão Teólogo


No dia 30 de Novembro, o Brasil comemorou o Dia do Teólogo. Nesse contexto reflexivo cabem algumas perguntas interessantes – eu gosto muito das interrogações, porque mais importante que saber as respostas, é saber quais perguntas devemos (ou podemos) fazer.  Entre essas perguntas, existem duas que considero não somente interessantes, mas extremamente importantes, para que a nossa reflexão possa avançar.



São elas:
1.   Teólogo por quê?
2.   Teólogo para quê?

Conversando sobre a primeira pergunta
A resposta para a primeira pergunta: 'Teólogo por quê?' é subjetiva, e, evidentemente, eu só poderia responder essa pergunta baseada nos meus ideais. É claro que muitos candidatos a Teólogos chegam à academia, cheios de ideais (espirituais), confundindo facilmente a Teologia com a religião, e entre os objetivos principais da escolha de um candidato pela Teologia, está a doce ilusão pelo 'conhecimento profundo da Palavra de Deus'. Nessa busca profunda pelo ‘conhecimento profundo da Palavra de Deus’, estão embutidos vários interesses e conceitos. Esses interesses podem ser, entre outros, inocentes, infantis, ou arrogantes. Em algumas pessoas, aparecem os três casos ou mais.

Os inocentes
Os inocentes se decepcionam e não duram muito, logo vão embora, com medo de ‘perder a fé’. Dado a esse fato, sempre questiono: Se o conhecimento faz alguém perder a fé, é porque, fé esse alguém não tinha. E se não tem, não pode perder. Ninguém perde o que não possui.
Os Arrogantes
Os arrogantes pensam que sabem mais que todos. Inclusive, eles/elas pensam que os professores sabem menos que eles. Os arrogantes pensam que vão aprender muito, e que vão ficar melhores e mais sábios que todos à sua volta. Mas o pior arrogante entre os arrogantes são aqueles que por pensarem saber mais que os professores, passam meses, e até anos, envolvidos em embates e polêmicas inúteis, atrapalhando o curso da aula, e atrapalhando os que querem ouvir e conversar – teologar – para aprender. Os arrogantes são os verdadeiros servos inúteis, dos quais a bíblia nos fala. Esses classificam tudo como sendo ‘obra do diabo’, inclusive a Teologia e os Teólogos, e se dizem guerreiros, soldados de Cristo, empunhando uma ‘espada apologética’ enferrujada, tentando matar a todos e a tudo que não convergem com aquilo em que ele ou ela acreditam, e seguem numa batalha desesperada, tentando ‘blindar’ a bíblia por todos os lados, com um furioso e até mesmo, com um rancoroso discurso de ser ‘o guardião, ou, a guardiã da sã doutrina’.

Os infantis
Os infantis pensam que vão aprender tudo e sanar todas as suas dúvidas. Ledo engano! Mas, se sobreviverem ao conhecimento que desvenda mitos e lendas, que revela a verdade e lança luz sobre alguns mistérios, através da hermenêutica, e de outras disciplinas, esses amadurecem, perdem a fé cega e infantil que ‘emburrece’, crescem e dão frutos, porque, com a fé fortalecida e com a crença, agora adulta, podem caminhar livremente. Livres do fundamentalismo, dos preconceitos, das doutrinas, das manipulações... E se tornam capazes de construir os seus próprios pensamentos, porque conseguem Teologizar – Construir as suas próprias Teologias, além de ler e interpretar as Teologias já existentes, e, até mesmo, desconstruir não somente muitos equívocos teológicos, mas, repensar e re-significar algumas teologias. Muitas delas, hoje, ultrapassadas.
Aqueles que estão humildemente 'antenados', logo aprendem que sairão da academia com muito mais dúvidas do que quando entraram. Isso muitas vezes choca a nossa infantilidade. Há outra coisa que fica muito clara também no inicio: A Teologia é uma busca profunda e constante – pesquisa séria – e o nome do curso deixa isso muito claro: ‘Bacharelado em Teologia’. Portanto, um ‘Bacharel em Teologia’, é um pesquisador. Não se faz Teologia sem pesquisas. O Teólogo que não lê e não pesquisa, pode desistir da profissão ou do título de Teólogo. Outra situação que o teologando (estudante de Teologia), percebe logo nos primeiros meses de trabalho na academia, é que a Teologia se aprende estudando e teologizando, ou seja, fazendo e produzindo Teologia. O que nos leva ao entendimento de que o Teólogo será sempre um teologando. Ninguém está pronto.  O que é muito positivo, pois em um copo cheio, não cabe mais nada, e muitas vezes, é necessário esvaziar o copo. Mas nem todos têm essa percepção.
Conversando sobre a segunda pergunta: ‘Teólogo para que?’
Esse deveria ser o primeiro questionamento que um candidato ao Bacharelado em Teologia deveria se fazer, junto às suas variantes:
1-  Para quê eu quero ser um Teólogo? (percebam que eu formulei a pergunta com ‘para quê? ’ e não ‘por quê? ’ – Há uma enorme diferença!);
2-  Para que serve o Teólogo?
3-  Para quê mais um Teólogo?
Cabem nesse contexto muitas perguntas, e, talvez você esteja questionando agora: porque ele não perguntou: ‘Para que, isso?’ ou, ‘Para que, aquilo...?’ Bem, talvez a resposta seja: Eu não pensei em o que você está pensando, ou, eu não considero tal ou tais perguntas relevantes. Mas com certeza, a minha resposta para você é: por uma questão de bom senso acadêmico, eu não pretendo esgotar o assunto. Contudo, mais importante que não esgotar o assunto, é: Dar-lhes elementos para pensar e para questionar. É isso que a Teologia faz, e é para isso que serve um Teólogo, entre outras coisas. Seria muita ingenuidade da nossa parte, em qualquer que seja a área do conhecimento, buscar esgotar um assunto de uma só vez.
Antes de prosseguir quero chamar a sua atenção para que observe que o verbo ‘construir’, aparece no texto, repetidas vezes e com certa insistência. Isso por que, considero que um Teólogo é um ‘engenheiro’, cuja função é construir principalmente pontes e estradas nos relacionamentos humanos, e desconstruir (implodir), ruínas e estruturas que comprometem a segurança dos seres humanos. Apesar de que a palavra Teologia, literalmente traduzida significa estudo à cerca de Deus, ou, das coisas de Deus – Teo = Deus, Logia = Estudo, conhecimento - a Teologia é uma Ciência Antropológica.
É impossível tentar conhecer a Deus e as suas coisas, ignorando o homem. Uma ótima definição do que é a Teologia, que ouvi na academia, e que tomei para minha vida acadêmica e intelectual, é: “A Teologia são tentativas humanas de entender a Deus”. Por isso, um Teólogo dispõe de duas ferramentas importantíssimas para o seu trabalho.

A primeira ferramenta é a Razão – o raciocínio e o discernimento – (Rm 12.1), e esses devem vir acompanhados do bom senso, da temperança, da paciência, da boa vontade, da perseverança, do Amor... Isso lhe parece familiar? É claro que isso lhe é familiar. Os Apóstolos Paulo (na Epístola destinada aos Gálatas) e Pedro (em sua Segunda Epístola) nos escreveram falando sobre essas atitudes. E por que nos escreveram eles, sobre isso? Porque aprenderam de Jesus, que aprendeu de Deus, que sabe o que é melhor para nós.

A segunda ferramenta é a Bíblia – Não se faz Teologia Cristã sem a bíblia. É sobre a bíblia que são feitos os questionamentos hermenêuticos, exegéticos, históricos, homiléticos, apologéticos...
Entretanto, esses questionamentos não podem ser cegos, passionais, irracionais, irreflexivos, intransigentes, intolerantes, pessoais, fundamentalistas, extremistas, radicais...

A bíblia não precisa da nossa blindagem, assim como Deus não precisa que tomemos as suas ‘dores’ – Ele tomou as nossas. Lembra-se? – ‘Deus pode aguentar muito bem essa parada’. Nós é que não aguentamos, e por isso saímos por aí brigando com todo mundo e com todo o mundo, colecionando inimigos e antipatias gratuitamente, e com isso, desperdiçamos a oportunidade de Evangelizar, de transmitir a Paz de Cristo e o Amor de Deus. Com nossas atitudes negativas, perdemos a oportunidade de ajudar as pessoas e acabamos transformando o Cristianismo em religião indesejável, abominável e de quinta categoria.
Ser Teólogo
Ser Teólogo é descortinar o impossível! Não falo aqui, de Deus, mas, das grandes tempestades trazidas pelas religiões que não foram criadas por Deus (nenhuma delas), mas sim, por seres humanos. Somente um Teólogo descomprometido com a religião e com a religiosidade cega e parcial, que geralmente é irracional, pois vêm carregadas com emoções e sentimentos humanos, pode combater e tentar desconstruir os conceitos negativos gerados pelos 'predadores do Evangelho', que, com as suas pregações desvairadas, suas hemenêuticas toscas, e com as suas doenças emocionais, bem como, com as suas faltas de conhecimento teológico (mesmo que possuam um diploma, ou certificado de teologia), e também com as suas ambições desonestas que manipulam os versículos bíblicos e se aproveitam da fé cega e infantil dos desavisados para pregar prosperidade e ganhar dinheiro.
Ser Teólogo é sofrer a ingratidão da igreja, corpo e instituição, e o não reconhecimento da sociedade, de forma que em sua vida, o Teólogo é quase um ‘patinho feio’: Não encontra um lugar para viver e conviver com os outros, até que descubra a beleza de ser Teólogo, e se assuma com tal, em meio às intempéries e desconfianças.

Ser Teólogo é assumir as suas posições, e não se colocar em cima de um muro, ou se camuflar como um camaleão, de acordo com o ambiente. Mas para isso, terá que pagar um preço alto, e amargar rótulos tais como: Herege, Libertino, Desobediente, Servo do demônio, Anti-Cristo... E ser ostracizado, muitas vezes, literalmente banido e exilado.

Ser Teólogo é não poder exercer a profissão, porque, apesar de que agora a Teologia já é reconhecida como profissão, a ‘Profissão Teólogo’ não é reconhecida nem pela Igreja, muito menos pela sociedade. Lembro-me do dia em que Júlio Zabatieiro, disse na aula de ‘Religião, Modernidade e Desencanto’ no curso de Pós-Graduação em Ciências da Religião: “- O Teólogo é mais importante que o Sacerdote”. Por um instante, os meus olhos brilharam como os de uma criança em frente a uma vitrina cheia de doces. Mas logo em seguida ele disse: “- Entretanto, o sacerdote vem em primeiro lugar na preferência popular, pois o povo rejeita o Teólogo, em detrimento do Sacerdote”. Isso se reflete na sociedade de uma maneira geral, e, embora a importância do Teólogo seja de vital valor em vários âmbitos, e o mesmo deveria ser consultado em diversos momentos que envolvem o ser humano, e a sociedade inclusive com análise antropológica, é muito comum ver muito mais Teólogos procurando emprego, do que qualquer outro profissional da área de Ciências Humanas e Sociais. O Teólogo é aquele que não ganha dinheiro com a profissão, e é o profissional que mais trabalha fora da sua área. Ele faz tudo, menos Teologia.
O Teólogo é um Cientista Social, porque a Teologia não é religião. Teologia é Ciência. Ciências Sociais - Ciência Humana.


Pense: Teólogo para quê?
Penso que o Teólogo é para ser diferente e fazer a diferença. Buscar a unidade da igreja com a Igreja. Teólogo para promover o ecumenismo entre Cristãos, ‘afim de que todos sejam um’, como O Pai é no Filho, também sejamos nós n’Eles, e uns para com os outros. Teólogo para construir pontes entre a igreja (instituição) e a sociedade. Teólogo para ajudar na construção de uma Igreja (corpo de Cristo) sadia e saudável, com menos doenças causadas pela religiosidade e pela ignorância bíblica. Teólogo para desconstruir as trincheiras, os muros e as muralhas construídas pela igreja e pela Igreja diante da sociedade, do conhecimento, da ciência... Diante do mundo, diante de tudo porque cometeram muitos erros de hermenêutica, não fizeram as exegeses corretas e se separaram do ‘mundo’. Teólogos e Teólogas para construir, para amar, para orientar, para instruir, para ensinar e para aprender. Teólogos e Teólogas para protestarem contra as injustiças e mazelas sociais, contra as injustiças e mazelas das e nas igrejas (instituições). Teólogos e Teólogas para protestarem contra as igrejas evangélicas e suas doutrinas miseráveis, pobres e opressoras que estão distorcendo o Evangelho de Cristo, manchando o Cristianismo e adoecendo as pessoas... Teólogos e Teólogas para fazerem a diferença em um mundo conturbado, cheio de violência e desgraças (literalmente fora da Graça Divina). Teólogos e Teólogas para resgatarem o Cristianismo e o Protestantismo, e não para serem mais um a distorcerem a ‘Palavra de Deus’, a manipularem as pessoas, os fatos e os sermões...

Teólogos para tantas coisas... Coisas que nos faltam. Coisas que ainda estão por fazer, desfazer, ver e rever... Teólogos para ressignificar a Teologia e a igreja. Teólogos para construir Teologias sadias e significativas. Teólogos para construir uma Teologia prática, social e libertária.

Uma Teologia que nos liberte terminantemente das amarras cativas, do fundamentalismo, da sóciopatia, da in-tolerância burra, cega e odiosa que odeia tudo e todos sob o rótulo cínico e hipócrita de ser o ‘ungido de Deus’ que vai ‘pregar a verdade’, doa a quem doer “proclamando que não devemos nos contentar com as 'coisas desse mundo', e que devemos ficar atentos para não nos acovardarmos diante das ‘coisas erradas’ da sociedade, sendo conivente e compactuando com o mal, sob o rótulo da tolerância”.

Portanto, amadas irmãs e amados irmãos, Teólogos para quê?
Penso eu: Teólogos para antes de tudo, se perguntarem:
‘- Teólogo Por quê?