Em princípio,
poderíamos dizer que “nenhum ser humano é uma ilha”, e por esse motivo todos
precisam se relacionar uns com os outros, e com certeza, nos relacionamos todos
os dias e em todos os momentos, de uma forma ou de outra, com alguma pessoa. E
esse relacionamento passa sempre e inevitavelmente, pela comunicação. A
comunicação se dá de formas variadas, e é fundamental para os relacionamentos. Os
seres humanos são seres sociáveis, que vivem em comunidades e precisam uns dos
outros para viver e sobreviver. Precisamos do professor, do padeiro, do gari,
do médico..., do aluno – até mesmo as pessoas antissociais se relacionam e se
comunicam com outras pessoas. Todos necessitam comunicar-se em seu cotidiano,
mesmo as pessoas que não falam, pois a comunicação, não se dá somente através
da fala, mas também através dos gestos, dos olhares, das cores... Se não fosse
a comunicação, as relações humanas, nesse mundo não seriam possíveis, e tudo
estaria profundamente comprometido, a começar pela existência da humanidade. Viver
é comunicar-se, e a comunicação é o que permeia as relações humanas e a
essência da vida. Se há vida, inevitavelmente tem de haver comunicação. Se
deixarmos de nos comunicar, comprometeremos profundamente os relacionamentos, e
como o nosso foco prioritário nesse curso é a educação, podemos começar citando
alguns exemplos: Se o educador não se comunicar de forma clara com os seus
educandos, aniquilará o processo ensino aprendizagem, se o vendedor deixar que
os ruídos interfiram na comunicação com o seu cliente, perderá a venda.
Entretanto, a maior importância que a comunicação pode exercer nos relacionamentos
humanos, está no diálogo entre os líderes mundiais que governam as potências internacionais,
que com as suas armas atômicas e letais, podem destruir o mundo e a humanidade.
A nossa experiência
no dia a dia em salas de aulas e dentro das escolas tem nos mostrado que a
comunicação entre professores e alunos não são das melhores, e alguns desafios
têm se levantado dentro da escola nos dias atuais:
Temos
observado que muitos professores ficaram “amarrados” no tradicionalismo e na antiguidade.
Muitos deles estão vivendo a era em que se amarrava “cachorro com lingüiça”. As
tecnologias estão à nossa volta e é uma realidade incontestável, e nos traz
ferramentas valiosíssimas, que podemos e devemos utilizar no
ensino aprendizagem e na comunicação didática e pedagógica no relacionamento
com os alunos no dia a dia. Muitos professores têm medo da tecnologia, e fogem
absurdamente dela, ao invés de “partir para o ataque”: Reciclar-se em cursos
que lhes tragam maior conhecimento. Os alunos da escola atual dominam a
tecnologia melhor de que os seus professores.
Não
é a nossa intenção reclamar, ou mesmo justificar falhas, mas sabemos que a boa
aprendizagem começa com uma situação favorável. Ambientes quentes, falta de
material didático e pedagógico, péssimos salários... Isso e muito mais são
ruídos que atrapalham a comunicação entre professores e alunos, e que constroem
desafios enormes, que precisam ser vencidos, e urgentemente, pois comprometem a
comunicação e o desenvolvimento de ambos: Professor e aluno.
Por
último (e não menos importante em nossa análise), queremos citar o caos
generalizado em nossa sociedade. A nossa parca experiência vivencial dentro da
escola observa que a escola não dá conta de muitas coisas:
· A
ausência e o desinteresse das famílias;
· O
desinteresse e a falta de limites dos alunos;
· Alunos
analfabetos no 4º e até mesmo no 5º ano,
e alunos semianalfabetos no 6º ano;
· As
drogas e a criminalidade invadiram as escolas.
Seria a escola tradicional a
solução? Seria o construtivismo um caminho inverso da sua própria proposta (ou, da sua proposta original), e
assim o poderíamos chamá-lo 'DESTRUTIVO'? Com certeza, a sociedade não
é mais tradicional como aquela que outrora conhecemos. Mudanças aconteceram para
melhor e para pior. Para voltarmos ao modelo da escola tradicional (muito
educadores em conversa na sala dos professores têm defendido essa ideia),
teremos de retroceder em algumas questões das leis, algumas inclusive,
se tornaram políticas públicas, com algumas coisas boas e muitas coisas ruins.
Entre elas, o Estatuto da Criança e do Adolescente, que precisa de reformas
urgentes.
É
certo que a família e a escola não têm se entendido muito bem, e que as
relações entre essas duas instituições – diga-se passagem, falidas – com
certeza estão estremecidas. A família reclama da escola e vice-versa. A família
precisa conhecer o seu papel nesse contexto e fazer a sua parte: Educar os seus
filhos e impor-lhes os limites, ensinando-lhes as regras para o convívio sadio
em sociedade, não utilizar a escolas como “depósito” para os seus filhos e não
transferir para a escola, o que é de sua responsabilidade. A grande maioria dos
pais só vai à escola em último caso, e alguns chegam à instituição gritando e
até mesmo quebrando coisas, e ameaçando os professores de morte. Normalmente é
a comunicação de alguém equilibrado, com especialização (ou não), em mediar
conflitos que acalmam os ânimos, o que nem sempre funciona, mas com certeza o
diálogo é a água que extingue esse fogo constante, insistente e quase sempre,
diário, que causam os ruídos na comunicação entre a família e a escola. Como já
dissemos acima, onde há vida há comunicação, e é ela, a comunicação, em forma
de diálogo, que apaga o fogo destruidor, em todo e qualquer relacionamento. Como
diziam os nossos avós: “De uma boa conversa, ninguém escapa!”
A comunicação é tudo nas relações humanas. Entretanto, o respeito é a base de todo e qualquer relacionamento.