domingo, 20 de outubro de 2013

Educação se faz educando...

 Educação Integral
por Austri Junior
Atualizado em 21/10/13, segunda feira, as 17:48 hs.



Educação de Verdade se faz educando, ensinando e aprendendo, seja na educação regular, social, inclusiva... Pessoas não se educam sozinhas, por mais autodidatas que sejam. Alguém tem sempre algo para aprender e para ensinar. Assim é com as crianças (e com os educadores também). Não podemos deixar um educando por sua própria conta e risco, e esperar que este aprenda alguma coisa. É claro que não estou falando de experiências pessoais ou empíricas. Falo do processo ensino aprendizagem na comunidade escolar.

O que faz a educação ter ou ser de qualidade, vai além da capacidade intelectual e da formação dos educadores. É  preciso comprometimento e atitude. Quem se senta e deixa as coisas acontecerem, com certeza testemunhará acontecimentos nefastos, mas aquele que planeja, programa, se organiza e direciona, com certeza irá ajudar os educandos a encontrar os seus caminhos e construir as suas vidas, e com isso os ajudará a colher ótimos frutos e junto deles, o educador também colherá ótimos frutos. É uma crueldade e covardia para com os educandos, quando o educador se furta ao seu papel, que é educar, ensinar, direcionar... Gerenciar as atividades. As atividades precisam ser educativas, construtivas, produtivas.

Na última quarta e quinta feira (dia 16 e 17 de outubro), tive a oportunidade de trabalhar verdadeiramente a educação de qualidade com os educandos da educação integral da EMEF Neusa Nunes Gonçalves, onde trabalho, e foi muito bom ver os alunos se esmerando na aprendizagem. Fizemos nesses dois dias, ótimas aulas de campo na horta da escola, que alguns dentre eles nem conheciam. No primeiro dia (quarta feira), os educandos tiveram uma excelente aula de botânica com a professora Dalva, formada em biologia, e idealizadora da horta, desde 1992. Os ensinamentos da professora Dalva não ficaram somente na área botânica, mas ela deu aos educandos uma verdadeira aula de cidadania, educação social, sustentabilidade, ecologia e meio ambiente, do jeito que gosto e do jeito que deve ser a educação social, essência da educação integral.  Ao final, eles plantaram sementes de rabanete e voltarão em quinze dias para verem se as sementes estão geminando.

Na quinta feira, dia 17 de outubro, retornei com eles à horta, e catalogamos as plantas: Frutas, verduras, leguminosas, remédios... Ensinei-lhes (reforçando os ensinamentos da professora Dalva), para que serve cada uma dessas plantas e as sua propriedades. Falei-lhes da importância de cada uma dessas plantas para a saúde e na alimentação. Falei-lhes da importância em cuidar e proteger a horta, incentivei-os para que participem do projeto da horta. Vi seus olhinhos brilharem e foi muito gratificante. Os educandos anotaram com muito interesse e alegria os nomes das espécies e as suas utilidades, enquanto eu os ensinava sobre cada uma das espécies. Foi maravilhoso vê-los anotando tudo e fazendo enxurradas de perguntas. Após voltarmos para a sala, conversamos e debatemos sobre o assunto, socializando cada questão e etapa vividas na horta, e eles mesmos deram sugestões para que façamos o mesmo na pedra da cebola, e sugeriram que façamos pesquisas na internet sobre as plantas e medicamentos que eles conheceram e catalogaram.

Após o intervalo trabalhei com os educandos a letra do hino nacional brasileiro, para que eles entendam e saibam o que estão cantando. Um exemplo clássico é que em vez de cantarem: "E diga o verde-louro dessa flâmula..." Eles cantam: "E DIGA AO VERDE LORO DESSA FÓRMULA..." A ideia é ensinar-lhes os significados das palavras rebuscadas do nosso hino, e ensiná-los a cantarem certo. Eles precisam conhecer o hino nacional brasileiro e entender o que estão cantando. Estamos trabalhando nisso, e eles amaram. Trabalho com alunos do 1º ao 5º ano, e nenhum deles nunca tiveram acesso à esse tipo de ensinamento. Sei que muita gente pensa ser desnecessário o ato cívico de cantar o hino nacional nas escolas, e associam isso à  ditadura militar, e saem com discursos culturais, históricos e sociais para justificarem o ato de desprezarem essa prática. Bem, eu discordo desse pensamento!

É preciso educar verdadeiramente!
O educador tem que se disponibilizar, mergulhar fundo, comprometer-se como se estivesse educando o seu próprio filho ou filha. É impressionante como os educandos estão sendo negligenciados por pseudos e negligentes educadores. Fico pensando: Como a educação desmoronou em nosso país. Essas crianças merecem muito mais de mim e de você. Por isso fico fascinado, empolgado, maravilhado..., quando encontro uma professora Dalva pela frente. Dá orgulho de trabalhar com uma pessoa assim. A professora Dalva me lembra algumas professoras e professores que tive, em especial, a minha professora de português da 5ª e da 6ª séria, Dona Maria de Lourdes, que me incentivou a ler, escrever e criar. Já citei-a aqui no blog em outra oportunidade. Quantas saudades! 

Assista ao vídeo:


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Última atualização em 24 de Outubro de 2013 as 12:39hs., pelo editor Autri Junior