sábado, 16 de setembro de 2017

Gentileza gera Gentileza!



O Profeta Gentileza, andou pela ruas do Rio de Janeiro, e por todo o Brasil semeando palavras, atos e gestos gentis, às gentes em seu caminho, e deixou para a humanidade um grande legado: "Gentileza gera gentileza!" O grande problema é que nós dificilmente estamos atentos à ensinamentos e sementes tão nobres, que, plantados com profundidade em nossas mentes poderiam gerar árvores frondosas que produziriam frutos e seres humanos maravilhosos. 

Ensinamentos, pregações, poemas e canções com mensagens frutíferas sempre fizeram parte da vida do homem desde muito tempo. Tantos e quantos profetas, líderes espirituais, poetas, filósofos, artistas..., famosos e anônimos, tentaram nos ensinar como viver ser melhor mas nós em nossa indiferença, arrogância, desatenção ou crueldade, muitas vezes não nos importamos com "essas coisas idiotas", e pensamos que palavras são apenas palavras. 

Entre aqueles que estiveram entre nós semeando "palavras de salvação" podemos citar: Jesus Cristo, Sidarta, João Batista, Maomé, Confúcio, Bahá'U'Lah, Gandhi, Luther King, John Lennon, Gentileza... Entretanto, poucos lhes deram ouvidos, e muitos lhes distorceram as palavras. Milhões não os entenderam, e outros milhões sequer, se deram ao trabalho de tentar entender.

A primeira vez que ouvi falar do Profeta Gentileza foi em 2011, quando estive visitando amigos no Estado do Rio de Janeiro, e a "história" - ou deveria dizer: estória, por isso as aspas - que ouvi sobre o Gentileza, foi que "ele era um homem muito rico. Um certo dia a sua empresa foi consumida por um incêndio, ele enlouqueceu, e tornou-se um mendigo perambulando pelas ruas da cidade do Rio."  Quanta ignorância!

José Datrino era um empresário, proprietário de uma transportadora de cargas. Durante durante o no de 1961 um grande incêndio consumiu um circo na cidade de Niterói/RJ, e ceifou quatrocentas vidas. Datrino - segundo ele mesmo afirmou - ouviu "uma voz astral" em sua mente, que lhe disse que ele deveria abandonar tudo o que tinha, e deveria fazer alguma coisa.  E ele fez! Tornou-se o Profeta Gentileza. Essa era a sua missão. Todos nós temos a nossa. Só precisamos descobrir qual é. Mas precisamos estar preparados, pois vão nos rotular como loucos, imbecis, idiotas, charlatões, hereges...

Creio que só conseguiremos ser gentis, com as gentes desse mundo, sob dois aspectos: ou se aprendemos ser gente de bem, ou se nos esforçarmos para sermos gente de bem e do bem. Ninguém nasce amando ou odiando, assim como ninguém nasce racista, xenofóbico, homofobico. Essas coisas nós aprendemos ou herdamos de alguém, e vamos desenvolvendo-as enquanto vamos vivendo. Se assim não fosse, não precisaríamos de pregadores ou de textos para nos ensinar, nos moldar, nos advertir, nos admoestar, para nos fazer pensar e refletir. 

Alguém pode dizer: "isto é uma questão de caráter". Penso que ninguém nasce com caráter. Caráter nós construímos enquanto vamos vivendo e aprendendo. Por isso acredito que não existem homens sem caráter. Todos nós temo caráter! Mau, ou bom, mas temos. Então porque homens bons cometem erros terríveis? Atribuo isso, às nossas imperfeições humanas. As nossas imperfeições nos levam ao desvio de caráter. Acredito que muitos que se desviam conseguem voltar. É por isso que precisamos das palavras. Elas podem nos ajudar refletir, pensar, aprender amar e perdoar. Palavras podem nos salvar!

Por esse motivo quero fechar esse texto com duas frases do grande poeta John Lennon que morreu assassinado, assim como Mahatma Ghandi, ambos vitimas da indiferença, da violência, da maldade, e da crueldade humana. Lennon nos disse: "Dê uma chance à paz" porque, "tudo o que você precisa é amor. Amor é tudo o que você precisa!" Gentileza pregava: "Aqui se colhe, aqui se planta!" Não podemos esquecer: Palavras podem nos salvar!



sábado, 2 de setembro de 2017

Seria a corrupção: herança ou inerência?

por Austri Junior


D. Jão VI

Há quem rejeita a suposta teoria de que o brasileiro é culturalmente corrupto, ou corrupto por natureza, ou ainda, corrupto por herança lusitana. Diz-se muito que a corrupção no Brasil é endêmica desde que aqui Cabral aportou,


e a coisa piorou porque trouxeram para o Brasil, os bandidos e ladrões de Portugal, por vários motivos, inclusive para limpar e varrer a bandidagem de uma corte corrupta, que mais trade, sob o jugo de uma invasão Napoleônica, fugiu às pressas da Europa para instalar-se nos trópicos sul americano, e aqui chegando desembestou à vender favores e títulos de nobreza.

Favores! Este é o grande problema da política brasileira. O famoso "é dando que se recebe", ou, "toma lá dá cá". Vemos isto todos os dias, o tempo todo, na mais descarada e deslavada das atitudes corruptas e sem-vergonha que esta nação presencia o tempo todo, à começar pelas maiores autoridades até chegar nos candidatos à presidência comunitária em nossos bairros. Amanhã teremos eleição comunitária aqui no meu bairro, e temos ouvido: "vou votar em tal pessoa porque tal pessoa é muito boa, e ajuda a gente no local de trabalho dela".

Nem vendo, ouvindo e assistindo todo estes desmandos e esta sórdida politica de favorecimentos, compras de votos por apoio político como dos últimos catorze anos, e principalmente nos últimos dias, patrocinados pelo governo Temer, as pessoas não mudam as suas atitudes nefastas. São estas mesmas pessoas, que nas filas dos terminais rodoviários urbanos, nas padarias, nos bares, e nos supermercados, criticam e reclamam da corrupção no Brasil. Difícil de entender? De certa forma não! Há quem defenda a volta do PT e do Lula ao poder.

Não estou aqui à fazer julgamento de caráter, mas fazendo uma provocação para refletirmos sobre se realmente um dia este país saberá o que é viver com o mínimo de corrupção possível, já que viver sem corrupção é impossível, pois corruptos e corruptores "sempre hão de pintar por aí..."

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domingo, 15 de janeiro de 2017

The Beatles e eu!

The Beatles e eu...
 
"Yoko Ono foi realmente a responsável pela ruptura da maior banda de Rock in Roll de todos os tempos?" 
Esta é uma pergunta que nunca vai se calar!

Estou escrevendo esse texto porque devo uma resposta ao meu amigo Kleber Ronald Correa, que na madrugada do Reveillon 2016/2017, interrogou-me: "Na sua opinião Yoko foi a culpada pela separação do Beatles?". Não consegui responder e concluir o meu raciocínio em meio à tantas ideias e falas sobre o assunto, e em particular, devido à um amigo que literalmente não me deixava falar, tamanha a ansiedade em debater e "saber tudo" sobre o assunto em questão. As pessoas costumam abordar-me à cerca de fatos e assuntos sobre The Beatles porque sabem da minha relação de fã (quase fanático) com a Banda desde os meus dezessete anos (1978), embora tenha tomado conhecimento da sua existência e me apaixonado pelas suas músicas em 1971, aos dez anos de idade.

Quem me conhece sabe que não compactuo com a ideia da "genialidade" de "saber tudo" sobre tudo, ou sobre todas as coisas. Em se tratando de The Beatles, menos ainda, pois as estórias por detrás da historia, de tão genial e magnífica Banda vai muito além dos achismos, das lendas, das mentiras... e de tantas outras hipóteses e possibilidades daquilo que ocorreu na trajetória e carreira meteórica dos "Quatro Rapazes de Liverpool". Então vou dizer o que sei, e emitirei a minha opinião pessoal, pois a pergunta à mim dirigida foi: "Na sua opinião Yoko Ono foi a culpada pela separação dos Beatles?". O meu conhecimento sobre o assunto vem das leituras, estudos e pesquisas biográficas, de ler veículos de comunicção à respeito do assunto, de assistir à entrevistas que o John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e o Ringo Starr deram ao longo de suas carreiras, de ouvir quem realmente entende do assunto, de assistir à documentários oficiais, tais como Imagine, Leave in a Material World..., entre outros. Sempre digo: "Para conhecer é preciso ler, estudar, pesquisar. Mas, acima de tudo, é preciso calar-se. Quem fala o tempo todo é incapaz de ouvir, e se não ouvirmos jamais iremos aprender." - É óbvio que enquanto falamos não estamos aprendendo.

Aprendi que a Banda The Beatles estava recheada de gênios - não somente Paul McCartney e John Lennon - mas até mesmo o Ringo Starr, à quem damos pouco importância - é sempre assim com o baterista - que tinha a sua genialidade, e importância para a Banda. Eu mesmo costumo cometer injustiças com o Richard Starkey quando não lhe dou os créditos e valor merecido. Há quem diga que o Ringo caiu de paraquedas dentro da Banda, e não é verdade.

A origem

A composição original dos Beatles era: John Winston Lennon, James  Paul McCartney, George Harold Harrison, e Randolph Peter Best. O que poucas pessoas sabem é que no começo dos anos 1960 a Banda contava também com outro contrabaixista, Stuart Fergusson Victor Sutcliffe, que era amigo de John Lennon. Eles estudavam juntos na Escola de Artes. Sutcliffe não possuia muita habilidade e por isso foi descartado, mas não, sem antes, batizar a Banda com o nome THE BEATLES - Os Besouros. Best era o baterista de uma banda de Rock in Roll residente do Casbah Club, que estava se separando, e imediatamente os Rapazes de Liverpool o contrataram para tocar juntos, e isso aconteceu bem à tempo das primeiras viagens para tocar em turnês em Hamburgo, Alemanha. 

"Em fevereiro de 1961, a banda fez a primeira de quase 300 apresentações no Cavern Club de Liverpool* e, em novembro, foram vistos pelo proprietário de uma loja de discos, Brian Epstein*, o que foi decisivo, pois ele logo se tornou seu empresário. No ano seguinte, Epstein foi à EMI*, onde se encontrou com o o produtor Gerorge Martin* e, em junho de 1962, os Beatles foram fazer um teste na gravadora. Martin gostou do que ouviu, mas rejeitou o baterista. George, Paul e John, então, começaram a questionar as limitações de Pete Best e decidiram tirá-lo do grupo. Ringo Starr* havia substituido Best algumas vezes em Hamburgo, e os Beatles resolveram que o queriam como membro permannente; criando com isso a formação de finitiva da banda." [Beatles - A História Ilustrada, página 15, 1ª Edição Brasileira 2010, Editora: Oceano Indústria Gráfica Ltda. *Grifo meu]


Os Gênios

Seria chover no molhado, realçar aqui a genialidade da Banda, pois sabemos que Os Quatro Rapazes de Liverpool - John Lennon, George Harrison, Paul McCartney, e Ringo Starr, sempre foram gênios magníficos, os quantro são (foram) de uma genialidade ímpar e inquestionável, mas, se me perguntarem qual dos quatro, acredito ser o mais genial entre todos, a minha resposta é imediata e instantânea: George Harold Harrison! 
Para fazer parte do quarteto genial Richard Henry Parkin Starkey Jr., conhecido pelo pseudônimo de Ringo Starr teve em primeiro lugar, as aprovações dos companheiros de banda, John, George e Paul, quatro gênios que sabiam o que estavam fazendo - um gênio reconhece outro quando o vê. Vimos, acima, segundo a biografia da banda, escrita originalmente por Tim hill, Allison Gauntlett, Garett Thomas, e Jane Benn, que o George Martin (falecido rececentemente no ano de 2016), maestro, compositor, produtor..., um gênio irrefutável que trabalhou com os Beatles durante e após a trajetória da Banda, rejeitou o Pete Best, mas aceitou o Ringo Starr. Porque digo isso? Para mostrar que Ringo tinha, tem, e sempre terá o seu lugar legitimado na maior Banda de Rock in Roll de todos os tempos, e se assim não fosse, teria sido descartado como foi o Stuart Sutcliffe e o Pete Best. Ringo sempre teve o aval dos amigos, principalmente do Paul, bem como o aval do empresário Brian Epstein, e de outro fabuloso e genial produtor musical que também trabalhou com Os Besouros em algum momento de suas carreiras: Phil Spector. É lenda que o John e o George não deixavam o Ringo cantar, e, ou introduzir as suas canções na Banda, e que ele precisava do Paul para fazer isso por ele. A prova disso é Octopus's Gardem, do álbum Abbey Road. Mas é verdade que as decisões eram centralizadas nas figuras do Paul e do John, e isso desagradava principalmente o Ringo, que estava muito insatisfeito. O George não esquentava a cabeça com isso, e dizia: "Para mim, tanto faz a água correr para baixo ou para cima." Esse era um casamento entre quatro pessoas, e os seus agregados, que estava fadado ao divórcio, e o divórcio aconteceu.

Na medida que os anos iam passando, e os Rapazes de Liverpool avançavam do estado verde para o maduro, tornando-se astros que pensavam com as suas próprias mentes, envolvendo-se com ativismos políticos-sociais. As velhas canções rock'n'roll dos tempos do Iê, Iê, Iê, foram ficando para traz, e novas experiências começaram a ser vivenciadas, o espaço coletivo dentro da banda deu lugar aos espaços individuais, tais como: egos inflados, espírito de soberania e de supremacia, disputa de liderança, insatifações com os novos hábitos, manias, e amores que principalmente o John, o mais rebelde e porra louca de todos estava trazendo para dentro da Banda, como por exemplo, a Yoko Ono, geraram animosidades entre os amigos de adolescência e juventude. Entretanto, a maior insatisfação entre eles era por motivos profissionais, e pouca gente sabe que Ringo Starr foi o primeiro a ficar insatisfeto dentro da Banda, e o primeiro à manifestar o desejo de sair do Grupo. O segundo foi o George, e o terceiro foi o John. Entretanto, foi o Paul quem anunciou que ia deixar a Banda, em agosto de 1970. Antes disso John Lennon já havia formado parceria com Yoko Ono, dando origem à Ono Plastic band, Ringo Starr já havia começado a gravar o seu álbum solo, Sentimentel Journey, e George estava gravando o seu álbum All Things Mast Pass, onde introduziu algumas canções rejeitadas pelos Beatles.


Respondendo à pergunta que não quer se calar: 

"Foi Yoko Ono, a persona non grata, a responsável pela separação dos Beatles?"
Já estive entre aqueles que crucificaram a Yoko, jogando sobre os seus ombros toda a responsabilidade da separação da maior banda de Rock in Roll de todos os tempos. Hoje não mais! Depois de ler, estudar, pesquisar..., pude analisar com inteligência e racionalidade que as coisas não acontecem por acaso, e que nem sempre é culpa de uma só pessoa, ou causada por apenas um fato, acontecimento, ou detalhe. No caso da separação dos Beatles existem muitos detalhes que levaram á separação da Banda, alguns dos quais já descritos acima. Em minha opinião, além das questões financeiras que envolveram interesses e brigas, como em quase todos os casamentos, existiram dois fatorores cruciais que motivaram a separação em si, embora a banda já vinha abalada há algum tempo. Um dos fatores foi o Paul ter contratado o seu sogro, Lee Estman (na época, dono da Kodak), para cuidar das finanças da Banda. O John não gostou e não aceitou. Paul achava que havia o dedo da Yoko nessa história (e talvez houvesse mesmo). Por esse e outros motivos, quando cantava "Get Back",  o Paul sempre olhava para Yoko, e isso não agradava o John, pois ao cantar, ele deixava claro, um recadinho obscuro: "Volte para o lugar de onde veio um dia!" Isso magoava o coração do Lennon. Aqui encontra-se uma das origens de tanta insastifação, que deu origem à ruptura da Banda. Entretanto a culpa total recaiu sobre a Yoko Ono, que supostamente estava no lugar errado, na hora errada, com as ideias erradas, e na Banda errada.

Então, respondendo á pergunta do meu amigo Kleber, digo: Além dos fatores supracitados, a pessoa responsável pela separação dos Beatles, em minha opnião, foi Sir James Paul McCarctney. É claro que a Yoko tem a sua parcela de responsabilidade nisso, e o John também. E, é claro que outras pessoas têm outras opiniões à respeito do assunto, e eu as respeito, mas penso que o Paul foi a pessoa que mais contribuiu para que a separação acontecesse. Isso o diminui? Não! Claro e evidentemente que não. Continuo amando-o e sendo seu fã? Sim! Claro que sim. E digo mais: Dos quatro, John Lennon sempre foi o meu preferido e sempre continuará sendo (me identifico demais com ele, apesar de reconhecer que o George é o mais genial entre os quatro gênios), mas hoje, acredito que o Paul superou o John, e isso se deve à brutal interrupção da maravilhosa carreira do homem que pregou a paz, lutou contra a guerra e a violência, e faleceu pelas mãos de um lunático, fruto de uma sociedade violenta que cultiva o hábito perverso de portar armas, como se ainda vivessem no velho oeste. 

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Os relacionamentos líquidos e as Redes Sociais

Zygmunt Bauman



“O amor é mais falado do que vivido e por isso vivemos um tempo de secreta angústia ”
O sociólogo polonês Zygmunt Bauman declara que vivemos em um tempo que escorre pelas mãos, um tempo líquido em que nada é para persistir. Não há nada tão intenso que consiga permanecer e se tornar verdadeiramente necessário. Tudo é transitório. Não há a observação pausada daquilo que experimentamos, é preciso fotografar, filmar, comentar, curtir, mostrar, comprar e comparar.

O desejo habita a ansiedade e se perde no consumismo imediato. A sociedade está marcada pela ansiedade, reina uma inabilidade de experimentar profundamente o que nos chega, o que importa é poder descrever aos demais o que se está fazendo.

Em tempos de Facebook e Twitter não há desagrados, se não gosto de uma declaração ou um pensamento, deleto, desconecto, bloqueio. Perde-se a profundidade das relações; perde-se a conversa que possibilita a harmonia e também o destoar. Nas relações virtuais não existem discussões que terminem em abraços vivos, as discussões são mudas, distantes. As relações começam ou terminam sem contato algum. Analisamos o outro por suas fotos e frases de efeito. Não existe a troca vivida.

Ao mesmo tempo em que experimentamos um isolamento protetor, vivenciamos uma absoluta exposição. Não há o privado, tudo é desvendado: o que se come, o que se compra; o que nos atormenta e o que nos alegra.

O amor é mais falado do que vivido. Vivemos um tempo de secreta angústia. Filosoficamente a angústia é o sentimento do nada. O corpo se inquieta e a alma sufoca. Há uma vertigem permeando as relações, tudo se torna vacilante, tudo pode ser deletado: o amor e os amigos.
“Estamos todos numa solidão e numa multidão ao mesmo tempo”. Zygmunt Bauman

quinta-feira, 10 de março de 2016

Maldição e heresia...


* HEREGE e AMALDIÇOADO!
(Esses são alguns dos termos com os quais tenho sido 'premiado' e 'classificado'. Para pessoas assim tenho uma REVELAÇÃO: Maldizer alguém é conhecido popularmente como 'FOFOCA'. Diante de tal esclarecimento pergunto: és tu uma pessoa fofoqueira, ou fofoqueiro, que amaldiçoa as pessoas, lhes mal dizendo, ou afirmando que tal pessoa ou tal casa é amaldiçoada?) 

MALDIÇÃO
As pessoas de mente obscuramente ignorante e de língua comprida e 'nervosa' estão sempre a pensar e dizer asneiras, sem conhecimento suficiente, sem perceber que estão prejudicando, e muitas vezes machucando outras pessoas. À isso chamamos: 'MALDIÇÃO'! Maldição significa 'dizer mal de...' Falar mal de...' Há quem diga: 'fulano parece que possui uma maldição. Tudo que ele põe a mão quebra.' É bom lembrar à essas pessoas, que tudo na vida tem prazo de validade e vida útil: o carro sofre pane quando está rodando, e sempre que estamos dirigindo estamos correndo o risco de colidir, ou de sermos abalroados. O liquidificador, o micro-ondas, a televisão, o ventilador... quebram quando estão ligados. O gás de cozinha acaba quando estamos cozinhando, assim como o combustível do automóvel, e tantas outras coisas, que tem a sua vida útil interrompida quando em pleno funcionamento. Assim também somos nós, os seres humanos: a nossa vida útil tem prazo de validade, e danifica-se e encerra-se enquanto estamos vivendo. Já diz o ditado: "Para morrer, basta estar vivo!" . Isso quer dizer que tal pessoa, ou tal casa está amaldiçoada? Vejam a que ponto a ignorância e a religiosidade levam as pessoas, incluindo pessoas com educação de nível superior, que na realidade não passam de mentes inferiores. Necessário se faz discernir o que realmente é maldição, assim como, o que é a heresia. 

HEREGE
Herege é um termo que não me incomoda. Para mim, ser classificado como 'herege' é realmente um elogio. Aliás, os meus amigos mais íntimos sabem que na faculdade, os meus apelidos eram: 'herege' e 'homem biblioteca'. São dois apelidos dos quais me orgulho muito. Sou Teólogo, e enquanto teólogo a minha função é estudar, analisar, questionar..., a bíblia, as religiões, seus dogmas e doutrinas. Diferentemente do religioso ignorante que aceita tudo o que houve e que não consegue interpretar com clareza o que a bíblia está dizendo, o Teólogo é o estudioso que mergulha nos textos em busca da verdade. Àqueles que os religiosos cegos chamam de hereges, eu chamo de PROFETAS! Os verdadeiros profetas, aqueles do Antigo Testamento. Lembram-se? Eles eram os 'caras' que observavam e detectavam as mentiras, os desmandos, os enganadores do povo como Davi, por exemplo, e os denunciavam. Lembram-se de Samuel? Samuel não teve medo de mostrar que Davi era um calhorda, hoje amplamente idolatrado por muitos cristãos. Hoje em dia, os 'profetas' são os que enganam, os que roubam o povo, os que fazem adivinhações (ou tentam), como Balaão. Para os que ainda não sabem, o Verdadeiro Profeta é aquele denuncia, e não aquele que fantasia.
***
Agora deixo-vos a cópia de um texto que escrevi há algum tempo sobre um suposto apóstolo que afirmou que a Maionese Hellmann's é do 'diabo': 

Valdemiro Santiago proíbe fiéis de comer maionese Hellmann's

Comentário
por Austri Junior
Revisto e atualizado 
em 27/02/14
as 08h:53min
O cúmulo de todos os absurdos
O Blog Sacizento publicou um texto retirado do Blog Jesus Bom Pastor, onde Waldemiro Santiago (que se diz "apóstolo") proibiu os membros de sua instituição, de comprarem e ou consumirem a Maionese Hellmann's. Vamos ler o texto e em seguida farei os meus comentários:

Waldomiro Santiago proíbe fiéis de comer maionese entenda
Você passaria o satanás no seu pão? Colocaria ele na sua salsicha?
Em seu último discurso o apóstolo Waldemiro Santiago proibiu seus discípulos de comprarem, consumirem ou até mesmo chegar perto de uma famosa e tradicional marca de maionese.
Como substituta ele pediu que seus seguidores usassem  formas alternativas para substituir a tal maionese.

Waldemiro alerta para o nome da maionese que numa tradução livre ” Homem do Inferno” ela invoca o obscuro, o inominável o capeta. Precisamos estar atentos, a tentação está em todo lugar, até na prateleira do supermercado, e cada vez que você ouve esse nome a sua alma está sendo condenada, e como o próprio nome da maionese diz, se você levar um vidro desse pra sua casa, você é mais um homem no inferno.

E questiona: ” você passaria o satanás no seu pão? Colocaria ele na sua salsicha ou comeria ele na sua salada com a sua família?”
A assessoria do bispo não quis dar maiores detalhes, mas disseram que após um pequeno intensivo de inglês o bispo está traduzindo algumas marcas e decifrando códigos ocultos nas mesmas.
Pronto agora o diabo se apoderou da maionese!

Fonte: Blog Jesus Bom Pastor  
***

Meu Comentário e Hermenêutica:
Assim como a teoria da prosperidade, a teoria da maldição e a teoria das mensagens subliminares fazem adeptos pelo mundo todo.

Estou sempre com o meu "Olhar Teológico" bem aberto à essas questões que destroem o cristianismo e ridicularizam os cristãos. Observem que no texto acima está escrito: "No seu último discurso..." E é isso mesmo, um discurso! Não passa de falácia, baboseira gospel, verborragia... Um sermão é bem diferente disso. Um sermão é ponderado, educado, amigo, ajudador, edificante, animador, orientador, educativo..., e muito mais coisas boas. Um sermão precisa ser escrito e pronunciado com lucidez e com conhecimento de causa. Para escrevermos um bom e verdadeiro sermão lançamos mão da exegese, da hermenêutica, da pesquisa, da reflexão e da oração. Aliás, em qualquer texto, seja ele, religioso, teológico, acadêmico, um texto em um blog, em um jornal ou revista, um simples comentário que fizermos nas redes sociais, devemos pesquisar antes para não falarmos nenhuma besteira, ou, para falarmos o mínimo de besteira possível.

Não é por que lemos um texto, ou porque ouvimos alguém dizer, ou tão somente porque fizemos um cursinho qualquer, que vamos sair por aí vomitando asneiras. Quando se trata de igreja ou pessoas, as coisas ficam mais sérias ainda, pois as pessoas com menos conhecimento tendem a idolatrar, endeusar e confiar cegamente no que outro está falando. E é por isso que Jesus nos alertou com relação à verdade. Assim diz o texto bíblico: "Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (Jo 8. 31 - 32). Qual era a verdade à qual Jesus estava se referindo? A verdade eram os seus ensinamentos ("minha palavra"). Jesus disse isso, porque os sacerdotes judeus tinham um ensinamento diferente do dele, tanto que se você continuar lendo o texto, verás que os judeus contestam a fala de Jesus logo em seguida, dizendo que eles já são livres pela descendência de Abraão.

Qual é a verdade aqui no nosso texto?
Sabemos que Hellmann é um sobrenome alemão e não um termo em inglês composto de duas palavras: "Hell" e "Mann".

Vamos fazer a exegese desses termos para no fim obtermos uma boa hermenêutica e compreensão dos fatos: Em inglês, "Hell" significa inferno. Mas a palavra homem em inglês é "Man" (singular). No plural, escreve-se "Men". Na ortografia da língua inglesa correta ninguém jamais verá a palavra homem escrita com duplo "n". Ou seja, "Mann". Quando vemos um apóstrofo ( ' ), após um nome, ou em um termo em inglês, significa que aquilo pertence a algo ou a alguém. Exemplo: HELMANN'S. Que no caso da maionese quer dizer que a maionese é do Hellmann. Richard Hellmann.

Richard Hellmann
Richard Hellman foi um imigrante alemão que estabeleceu-se nos Estados Unidos da América em 1905 e abriu uma delicatessen, onde a sua esposa usava nas saladas um molho especial. Esse molho era nada mais nada menos que a maionese, que fez tanto sucesso, que posteriormente se tornou um produto à parte, sendo comercializada em potes, com o nome de Maionese Hellmann's. A maionese do Hellmann. O site que pesquisei (Guiame), diz que essa receita foi criada em 1756 pelo Chef do Duque de Richelieu, enquanto esse vencia a Inglaterra no Porto Mahon. Verdade ou não, a história da receita, aqui nesse caso, não importa tanto quanto a epistemologia da palavra em questão: Hellmann's. 
  

Bem, como disse anteriormente não podemos falar daquilo que não conhecemos sem pesquisar, para não escrevermos ou para não pronunciarmos nenhuma besteira , como o tal "apóstolo" em questão. Com esse intuito fui ao Google pesquisar e confirmar os significados em alemão para a palavra "HELL", e como se escrevia a palavra "HOMEM" nessa mesma língua. Não encontrei nenhuma fonte em que eu pudesse confiar. Então lembrei-me do meu amigo e irmão Leonardo Stuepp, Professor, Matemático, Escritor, Palestrante..., cidadão blumenauense de origem alemã, que fala, lê e escreve fluentemente em alemão, tendo viajado para Holanda, e para a Alemanha, onde ainda possui família. Eu não poderia achar fonte mais confiável que ele.  Então o Leo, com toda solicitude, orientou-me via inbox no Facebook, e assim esclareceu (transcrevo aqui, um trecho da nossa conversa):


  • Austri Junior - Bom dia, Leo!
    Estou escrevendo um artigo para o blog, fiz algumas pesquisas no Google, mas não encontrei resposta que pudesse confiar. Então lembrei-me de você, pois sei que falas alemão, e és uma fonte confiável.
    Eu quero saber o que significa em alemão a palavra "HELL", se é que existe essa palavra no idioma germânico, e como se escreve homem em alemão. Desde já agradeço a sua atenção.


  • Leonardo Stuepp
    Leonardo Stuepp - Olá, bom dia irmão ... é um prazer.

  • Austri Junior - Obrigado!

  • Leonardo Stuepp
    Leonardo Stuepp - Hell, pode ser: claro, iluminado, luminoso, vivo, límpido, lúcido.

  • Austri Junior - Maravilha!


  • Leonardo Stuepp
    Leonardo Stuepp - Homem é Mann quando se refere ao masculino e Mensch no sentido que dizemos pessoa humana.


  • Austri Junior - Perfeito!
    Agora espero que o meu texto dê um bom caldo. Muito obrigado mesmo!!!

  • Leonardo Stuepp
    Leonardo Stuepp - Qualquer dúvida envia o texto que damos uma olhada (eu e a Rita e o dicionário).

    *** 

    Comentário Final

  • Observem, leitores, que o Leo, um professor, palestrante e escritor culto, disse: "(...eu e a Rita e o dicionário)"   Para fins de esclarecimento, a Rita é a esposa do Leo. Assim agem as pessoas cultas, sábias, ponderadas, inteligentes, conscientes... Usam o dicionário, fazem pesquisas, perguntam a quem sabe, e não saem por aí dizendo asneiras e fazendo traduções livres. Falando em tradução, para fechar a exegese desse texto, o sobrenome do imigrante alemão, Richard, quer dizer: "HOMEM CLARO, ILUMINADO, LUMINOSO, VIVO, LÍMPIDO, LÚCIDO", e não "HOMEM DO INFERNO". Vejam que grande diferença!

    Mas quando os ignorantes e fundamentalista querem provar as suas teorias (e/ou, não querem reconhecer que estão errados), eles veem motivo em tudo. Em minha pesquisa na internet sobre esse assunto: As pessoas diziam que ele, o Richard Hellmann, "colocou um n a mais para confundir e enganar". Tenho verdadeira aversão e antipatia por esse assunto tosco, chamado mensagem subliminar, que chega à raias do absurdo e da loucura e demonizam as pessoas e os produtos. Esses fanáticos, e lunáticos, deveriam aprender com a *Xuxa, que processou a IURD e o Edir Macedo por tamanha tolice e falta de respeito pelo ser humano.

    O texto que nos serviu de inspiração termina dizendo: "Pronto agora o diabo se apoderou da maionese!" Agora não, minhas amigas e meus amigos. Isso é antigo, muito velho. Acontece desde os primórdios do cristianismo, e fora do cristianismo também..., isso já acontecia em outras religiões desde muito antes do nascimento de Jesus Cristo. E com relação ao cristianismo, isso acontece também dentro de algumas alas do catolicismo. Não é de hoje que o diabo vem "se apoderando" das coisas e das pessoas, segundo os evangelicalistas que propagam e disseminam essas ideias. Na lista deles, em primeiro lugar vêm os Papas, a Igreja Católica, Nossa Senhora, e a Reza do Terço. Nessa longa e extensa lista também estão: A Igreja Anglicana, a Igreja Luterana, a Igreja Copta, a Igreja Ortodoxa, as igrejas que não são da denominação deles, e as igrejas, grupos e pessoas que não comungam com as ideias dos que disseminam essas ideias malucas, a Umbanda, o Candomblé, o Kardecismo, o Budismo...,  os Teólogos os Filósofos, os Ateus, a Coca-Cola, o McDonalds, a Rede Globo, a Xuxa, The Beatles, bandas, cantores e compositores de Rock in Roll, de Jazz e principalmente de Blues, o Iluminismo, a Filosofia, a Maçonaria, os Iluminatis, a Ordem Rosa Cruz, a Maionese Hellmann's, os "desviados" das igrejas, e eu, Austri Junior.


    Também já fui demonizado pelo "povo santo" que sabe tudo. Aliás não é somente os fanáticos e lunáticos que se dizem crentes e evangélicos que possuem esse discurso, até o tal do Tio Chico e outros bruxos por aí já se pronunciaram assim, inclusive com relação à Hellmann's e à Xuxa.

    Completem essa lista comentando o texto e aproveitem e me respondam: Quem é mais energúmeno? A Maionese Hellmann's ou o suposto "apóstolo" Valdemiro Santiago? Só para ironizar os seguidores da teoria da maldição e das mensagens subliminares, aqui vai um trocadilho em forma de jingle e propaganda gratuita. Sobre esse assunto, qual é a verdade?
    A verdade é: "HELMANN'S, A VERDADEIRA MAIONESE!"

    *Escrevi esse texto em 2014. Atualmente (2016), a XUXA se rendeu ao Edir Macedo e à Rede Record.
    Austri Junior - Teólogo, Editor do Blog












    quarta-feira, 25 de novembro de 2015

    Filhos, um tesouro inestimável!

    por Austri Junior

    Para a grande maioria dos pais os filhos são o seu tesouro, e não poderia deixar de ser diferente. Evidentemente cada pessoa cuida desse tesouro segundo a sua cosmo visão, e os valores e princípios éticos, morais, sociais, religiosos…, que herdou dos seus pais, e de acordo com o conhecimento que adquiriu ao longo de sua caminhada pela vida. Pessoas com crenças e valores religiosos educam os seu filhos segundo as suas convicções e experiências religiosas. As pessoas que cultivam outros valores agirão da mesma forma, e ambas, estarão sempre buscando aquilo que pensam ser o melhor para os seu filhos.

    Ao buscar o que é melhor para os filhos, os pais dão o seu melhor, fazendo o que podem, e muitas vezes até mesmo o que não podem, e isso vai da área financeira, à educação acadêmica e social. Dar o melhor para os filhos não significa enchê-los de mimos e falta de limites, muito menos o fornecimento de celulares para crianças de cinco anos de idade, ou abandoná-los à própria sorte, acompanhados de jogos eletrônicos, tablets e computadores, sem nenhuma orientação e supervisão, tenham as nossas crianças a idade que tiverem. Filhos são tesouros inestimáveis, e devemos cuidar dos nossos filhos muito mais do que cuidamos das nossas joias, automóveis, cartões de crédito, contas bancárias…

    Cuidar bem dos nossos tesouros, envolve a valorização dos profissionais capacitados para cuidarem das nossas finanças como por exemplo, os gerentes de contas e investimentos, corretores de títulos e capitalizações, corretores de imóveis… Nós não levamos o nosso automóvel, novo, velho, antigo ou clássico à uma oficina mecânica meia boca, ou “boca de porco”. Os pais que têm condições financeiras boas pagam caríssimo por uma educação  em escola particular, ou em uma creche. Mas vemos também, alguns pais que apesar de dar aos seu filhos as melhores roupas, os melhores alimentos e artigos necessários para o cotidiano da criança, preferem pagar uma mixaria ao que chamam de babá, para não pagarem um salário justo, digno, e para fugirem dos impostos e encargos. Valorizar os profissionais que cuidam do nosso tesouro significa cuidar bem desse tesouro.

    O que mais me espanta são os pais que confiam os cuidados dos seus bebês à pessoas despreparadas. As consequências médias – e não menos perigosa para a criança – é sofrerem agressões e maus tratos. Infelizmente isso acontece em todos os lugares: dentro de casa ou nas instituições públicas, ou privadas e infelizmente isso foge ao nosso controle. Mas o pior que os pais podem oferecer aos seus filhos, é confiá-los aos cuidados de pessoas com sérios problemas de ordem, psíquicas e emocionais, sem se dar conta de que os seu filhos estão correndo um grande risco. O mínimo que pode acontecer à criança é absorver uma personalidade doentia, esquizofrênica, conturbada, que pode causar grandes consequências que poderão se manifestar mais tarde em forma agressividade, ou de submissão, ou insegurança…, o pior, é que em um momento de surto psicótico aquela pessoa pode matar o seu filho, sem se dar conta do que está fazendo ou acontecendo, e então será tarde demais. Precisamos cuidar bem dos nossos tesouros, amá-los, protegê-los…, eles não têm preço, e os seus valores são demasiadamente inestimáveis.

    terça-feira, 3 de novembro de 2015

    Se não priorizarmos a vida, só nos restarão as crises e o caos para serem administrados.


    O mundo sempre esteve envolvido em crises e em conflitos. Tudo o que estamos vendo acontecer no oriente médio nos dias de hoje não é nenhuma novidade, mas isso não diminui a gravidade do problema, pelo contrário. Pelo fato de que o mundo se torna cada vez mais um lugar hostil para vivermos e criarmos os nossos filhos, é que não conseguimos olhar para a situação dos refugiados sírios sem nos sensibilizarmos e sofrermos com eles. À isso chamamos solidariedade, misericórdia, compaixão... Todo ser humano deveria ter direito à paz ao invés de conflitos. Todo ser humano deveria ter na consciência (mente) a solidariedade, e no coração (alma, sentimento) a misericórdia e a compaixão... Mas, para muitos, ao lerem essas palavras poderão retrucar: "filosofia barata!"

    E porque  a solidariedade, a compaixão e a misericórdia, que deveriam ser prioridades nas relações humanas, tornaram-se parte dos discursos religiosos, muitos tendem fechar os olhos e as mentes (as portas e as fronteiras) para as situações mais graves que envolvem crianças inocentes, idosos frágeis, mães desesperadas, pais impotentes, que vivem um caos social e um pesadelo infernal que para eles parecem não ter mais fim.

    Foi por causa de atitudes como essas que o nazismo instalou-se na Alemanha, infiltrou-se na América Latina, e quase dominou a Europa. Quando olho para a situação dos refugiados sírios hoje, a minha mente é remetida ao passado, e o que vejo é uma situação semelhante àquela que desencadeou o maior ato de ódio xenofóbico contra os judeus alemães, poloneses e austríacos, que acabou gerando o maior genocídio de todos os tempos.

    Para alguns pode ser exagero da minha parte, mas para aqueles que estão sendo rejeitados, presos, derrubados por repórter com uma rasteira, enquanto tentam escapar para a vida, carregando no colo um criança assustada, e sendo tratados como animais selvagens, com certeza as minhas palavras farão muito sentido. É por isso que a Alemanha de Angela Merkel tenta acolher como pode, essas famílias desesperadas, mas o povo alemão já não está mais apoiando a atitude da sua Chanceler, como no início. Lembro-me de que a história mostra que Adolph Hitler tinha o apoio da maioria do seu povo, para as atrocidades que cometeu, permitiu, e autorizou, contra a humanidade, e em seus crimes de guerra.

    As relações cordiais há muito tempo perderam lugar para o ódio, para o racismo, para o medo, para a xenofobia, para o egoísmo e para a intolerância religiosa. Os seres humanos, desumanamente estão voltando ao seu estado mais primitivo, e a prova disso são as construções das cercas construídas em nações divididas por ideologias, que separam famílias dentro da sua própria pátria, e não somente isso, mas temos também as cercas que separam nações e excluem pessoas. Palavras como compaixão e misericórdia soam como discursos religiosos para os incrédulos, filosofia barata para os intelectuais frios, apelo e chantagem emocional para os racionalistas, e infantilidade para os que se julgam visionários maduros, e analisam tudo apenas do ponto de vista político, jurídico e  econômico. A verdade é que, se não houver o mínimo de sensibilidade à vida e aos valores humanos nenhuma política e economia poderá ser considerada, pois a organização de uma nação se faz com gentes e para as gentes. Sem pessoas não haverá nenhuma sociedade organizada, o que sobrará para o mundo resolver e administrar serão apenas o caos, as guerras e as crises humanitárias. Já estamos vivenciando isso!
    Postado originalmente no Blog Austri Junior em 02.11.2015
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    Refugiados
    Crise na Síria