quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O cristianismo é mesmo a religião da condenação e da exclusão?

Teologia






No dia dia 29 de Outubro, de 2012,  na seção da Câmara de Vereadores do Município de Piracicaba, SP, o Presidente da Câmara cometeu vários erros fatais, ao impor a sua "soberana" vontade sobre um ouvinte, exigindo a retirada desse homem da tribuna à força, pela Guarda Municipal de Piracicaba e pela Polícia Militar daquele município. Tudo aconteceu porque ao iniciar a seção ordinária, o presidente "convidou" todos os presentes à levantarem-se para a leitura da bíblia. Um homem recusou-se a levantar e então, foi "convidado" à retirar-se pela força policial presente. Junto com ele, também retiraram um homem que estava registrando tudo, com uma câmera fotográfica.

Fatos como esses mexem muito com a minha cabeça, porque causam extrema indignação e repúdio, e vêm reforçar a minha desconfiança e de muita gente que questiona a presença de evangélicos no poder ( e é por essas e outras questões que eu não voto em candidatos evangélicos). Envangélicos são exclusivistas, intolerantes, arbitrários, arrogantes... Do mesmo jeito que fazem na política, também fazem em outros locais onde atuam, inclusive nas igrejas, tornando as igrejas ambientes excludentes, apesar da falsa aparência inclusivista. Os que são e pensam diferente, são excluídos. 

Eis aqui uma das provas, se você duvida, acesse o link, assista o vídeo e confira.


Nas igrejas, a exclusão acontece de forma mais sutil, e até mesmo os olhos e as mentes mais experientes, muitas vezes não conseguem perceber, ou fingem que não perceberam, com medo de receberem o mesmo tratamento. Por isso, faço questão de manter bem aberto, o meu olhar teológico.

A exclusão de um cidadão brasileiro - por parte de um "pseudo cristão", no poder de uma câmara de vereadores - que não estava fazendo nenhum tipo de "bagunça" ou "baderna" - e que não estava ameaçando nada, e nenhuma pessoa, e muito menos nenhuma instituição e nenhuma lei, não somente demonstra o perigo da religião,  quando adicionada ao poder, como também o abuso desse poder. Quando equacionamos religião + estado, o resultado será sempre igual a negativo, e sempre com muito prejuízo para a sociedade. O Presidente da câmara de Piracicaba mostrou arrogância e intolerância de várias formas, com essa atitude negativa. Ele violou o direito constitucional de liberdade de culto (ou não) do cidadão excluído. Ele, ao impor as suas crenças, esqueceu-se de que o estado deve assumir uma postura laica, diante da multiplicidade religiosa ali possivelmente presente. Criticamos a intolerância xiita dos mulçumanos, mas somos xiitas cristãos. Se vamos fazer a leitura da bíblia, em uma seção pública, então temos que ler também o corão, o bagava gita, o evangelho segundo o espiritismo... E tantos outro livros e texto "sagrados", pois "todos são iguais perante a lei". Ou deveriam ser.

Se todos são iguais perante a lei, e sendo iguais todos têm direito de cultuar ou não. Então, eu e nenhuma outra pessoa somos obrigados a levantar-nos ou até mesmo curvar-nos diante da leitura de nenhum texto, "sagrado". Outro fato que quero questionar é que uma pessoa que pratica uma fé ou culto, diferente da fé e do culto cristão, não tem nenhuma obrigação de levantar-se quando outras pessoas se propõem a fazer uso da sua fé, e cultuar aquilo em que acredita. As pessoas que não acreditam em nenhum texto ou mesmo em Deus (e têm todo o direito de escolherem isso), também ficam "desobrigados" desse rito, e a constituição lhes confere essa prerrogativa. Até mesmo um cristão está livre dessa "obrigação". Em algumas igrejas esse rito já não é mais posto em prática.

Quando digo: "Teologia, eu quero ma pra viver", faço uso desse trocadilho, para chamar a atenção de todos para a terrível e difícil trajetória da Verdadeira Igreja de Cristo, muito distante do Amor  e da Graça que Jesus pregou. Os evangélicos estão pregando o Amor e a Graça, somente para si e para os seus. Para os diferentes, eles pregam a condenação e exclusão. Referindo-me aos evangélicos como: "Eles", talvez as pessoas fiquem a questionar: Qual será o credo que ele confessa? Faço questão de responder: Não sou "evangélico". Sou Cristão! Qual a diferença? As diferenças (no plural), são muitas e são todas. Já escrevi sobre isso, aqui no Portal. Procure mais abaixo (nesta mesma página), pelo texto denominado: "Igreja nunca mais!".