Comentário
por Austri Junior
Os negros são mesmo tão incompetentes assim, que precisam de cotas em todos as áreas da sociedade? Não, claro que não! Inteligência e capacidade não tem nada que ver com a cor, a raça, ou mesmo a posição socioeconômica. Mas agindo assim, o governo está dizendo: "Os negros são incompetentes, e precisamos dar-lhes um mãozinha."
O que o governo quer realmente é ganhar os votos dos negros ignorantes. Os negros educados não concordam com as cotas raciais (estou entre eles). Não queremos cotas, queremos igualdade, social, racial, humanitária. Queremos uma sociedade que valoriza os seres humanos, e que culmine em comunidades que valorizem a vida. Pessoas não são animaizinhos que precisam da sua cota diária de ração, oferecida pelos donos, para que não morram de fome.
O que o governo quer realmente é ganhar os votos dos negros ignorantes. Os negros educados não concordam com as cotas raciais (estou entre eles). Não queremos cotas, queremos igualdade, social, racial, humanitária. Queremos uma sociedade que valoriza os seres humanos, e que culmine em comunidades que valorizem a vida. Pessoas não são animaizinhos que precisam da sua cota diária de ração, oferecida pelos donos, para que não morram de fome.
Os negros e toda a sociedade que pensa e consegue discernir, quer a distribuição justa da renda, geração de empregos, políticas públicas de qualidade, escolas e educação de primeiríssima qualidade. Nós queremos mais justiça e menos corrupção... Queremos que o estado invista na vida, e nós faremos a nossa parte. Se for para falar em cotas - tenho batido nessa tecla aqui no blog desde sempre - que sejam cotas sociais. As cotas sociais envolvem os menos favorecidos, ou seja, toda a sociedade brasileira com os seus pobres excluídos e marginalizados, entre eles, brancos, negros, índios..., pessoas, seres humanos!
Mesmo em relação às cota sociais, ainda assim, creio serem desnecessárias. O que é necessário nesse pais são escolas de qualidade e educação de primeira classe para formar indivíduos de primeira classe e indivíduos competentes, que não precisem de uma ajudinha de nenhum governo. Negros, brancos, índios, pobres, ricos, têm que ser realmente iguais, perante as leis, e têm que construi e conquistar as suas vagas e os seus lugares ao sol por competência, e não por "peninha", ou nenhum tipo de proteção. Todos têm que "ralar" estudar muito, desde criancinha, para conquistar o seu lugar privilegiado na sociedade por merecimento, e não deixar dúvida nenhuma sobre a sua capacidade, a sua competência e o seu merecimento, e não dar margem para que as pessoas os odeiem ou os critiquem por tirar a vaga de outro. A criação de cotas geram um novo tipo de discriminação e separatismo. Isso divide a sociedade e as pessoas. E fica uma divisão injusta, como sempre: De um lado os negros "coitadinhos", e do outro, os brancos "revoltadinhos". O governo e as pessoas que apoiam essas leis negativas não enxergam a Apartheid social e racial que está se formando no pais. Isso é muito ruim e divide as pessoas. Quero encerrar esse comentário com uma pergunta? Onde estão as cotas das outras raças existente no país? Não somos todos pertencentes à Raça Humana?
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Leia abaixo o texto do Estadão Economia e Negócios:
Senado aprova cotas para negros em concursos públicos federais
20 de maio de 2014 | 20h22
Hugo Passarelli
Texto atualizado às 20h55
Ricardo Brito
O plenário do Senado aprovou nesta terça-feira, 20, o projeto
que institui uma reserva de 20% das vagas de concursos públicos
federais a candidatos negros e pardos. A proposta, enviada pelo poder
Executivo no final do ano passado ao Congresso e que já tinha sido
aprovada pela Câmara dos Deputados em março, seguirá para sanção da
presidente Dilma Rousseff.
A votação foi acompanhada por representantes da causa racial no País
como a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade
Racial, Luiza Bairros. Ao contrário dos debates acalorados entre
deputados, a sessão do Senado ocorreu em clima de confraternização.
Pela proposta, a reserva de vagas vai ocorrer nos órgãos da
administração pública direta, autarquias e fundações federais, assim
como empresas públicas e sociedades mistas controladas pela União. A
medida terá validade por dez anos.
A cota para negros e pardos no País, segundo o texto, só será
aplicada quando o número de vagas em disputa for igual ou superior a
três. Os editais dos concursos terão de divulgar expressamente o total
de vagas correspondente a reserva para cada cargo ou emprego público
oferecido. Pelo projeto, poderão concorrer às vagas da cota os
candidatos negros que se autodeclararem negros ou pardos no ato da
inscrição no concurso público, conforme o quesito de cor ou raça
utilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A proposta prevê punições caso seja constatada falsidade na
declaração do candidato. As sanções vão da eliminação do concurso à
anulação do processo de admissão ao serviço ou emprego público do
candidato que fraudar os dados.
Na justificativa do projeto enviado pelo Executivo, o governo afirma
que, embora a população negra represente 50,74% da população total, a
representação no poder público do Executivo Federal cai para 30% entre
os servidores públicos federais. O dado refere-se a um levantamento
feito em 2010 pelo IBGE. “Tem-se, assim, evidência de que, ainda que os
concursos públicos constituam método de seleção isonômico, meritocrático
e transparente, sua mera utilização não tem sido suficiente para
garantir um tratamento isonômico entre as raças, falhando em fomentar o
resgate de dívida histórica que o Brasil mantém com a população negra”,
justifica o governo.
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),
apresentado em fevereiro, mostra que a presença de negros é baixa entre
as carreiras públicas mais concorridas, em especial as de âmbito
federal. Na diplomacia, por exemplo, os pardos e negros representaram
apenas 5,9% dos que ingressaram entre 2007 e 2012, contra 94,1% de
brancos e outras etnias (amarelos e indígenas), de acordo com
informações do Siape, que agrupa toda a folha de pagamento dos
servidores públicos. Entre os auditores da receita, os negros e pardos
são 12,3% e, na carreira de procurador da fazenda nacional, 14,2%.
Numa análise mais geral, a presença de negros parece relativamente
equilibrada. Eles respondem por 47,4% dos ocupados no setor público,
contra 51,5% de brancos, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílio (Pnad) de 2012. Nos empregos de esfera municipal, por
exemplo, há mais negros (51,4%) que brancos (48%). Mas essa fatia se
dilui nas instâncias estadual e federal – onde há mais concorrência e
mais exigências, como ensino superior. Para se ter uma ideia, das
mulheres negras ocupadas no setor público, 65% estão nos municípios,
27,5% nos Estados e apenas 7,5% no governo federal.
Como os cargos com remunerações maiores são predominantemente
ocupados por brancos, os salários médios dos negros no emprego público
são geralmente mais baixos, mesmo que os anos de estudos sejam
equivalentes, segundo o estudo. Em média, os homens negros recebem 65,7%
do que recebem os homens brancos, abaixo das mulheres brancas, cujo
rendimento é equivalente a 68,6%. Na mesma comparação, as mulheres
negras ganham menos que a metade.
Ações afirmativas. Em entrevista após a aprovação do
texto, a ministra Luiza Bairros disse que a aprovação do projeto também
possibilita o princípio das ações afirmativas no mercado de trabalho.
Segundo ela, é no serviço público federal que existe a menor
participação dos negros em comparação com o funcionalismo público
estadual e municipal. “É preciso sim adotar medidas que estimule e
incentive a participação dos negros”, afirmou.
A ministra disse que a futura lei terá um forte efeito de
“demonstração” e levará a um impulso para que os demais entes federados
tomem idêntica iniciativa. Segundo ela, cerca de 50 municípios já adotam
a cota para concursos. Para Luiza, o prazo de dez anos de vigência da
lei servirá para avaliar a qualidade da lei. Ela também acredita que vai
haver uma repercussão nas empresas privadas.
Luiza disse que não tem uma preocupação “muito grande” com eventuais
falsas declarações, uma vez que casos como esse, ressaltou, são
“estatisticamente insignificantes”. “Até pela grande competitividade, eu
acredito que isso vai coibir os candidatos de colocarem uma condição
falsa com medo de que isso possa desclassificá-los”, afirmou ela, que
disse que vai trabalhar pela sanção da matéria ainda neste mês.
Questionada se o projeto deve ter algum efeito eleitoral, uma vez que
atinge a maior população do País, a ministra disse que qualquer medida
correta tomada por um governo tem impactos eleitorais. “Não se pode
diminuir a importância dessa conquista diante dessa conjuntura”,
avaliou.
Emenda rejeitada. O Plenário rejeitou a emenda
apresentada pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) para estabelecer
a reserva de 40% das vagas de concursos públicos federais a residentes
do estado onde os cargos serão preenchidos. Ela já havia sido rejeitada
tanto na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH)
quanto na CCJ. De acordo com o relator na CCJ, o conteúdo da emenda
tratava de tema diverso ao contido no projeto em análise.
(Colaborou Hugo Passarelli, com Agência Senado)
Fonte: Estadão Economia e Negócios
Projetos de Matérias Legislativas:
PLC - PROJETO DE LEI DA CÂMARA, Nº 29 de 2014
Acesse o site do Estadão e consulte a tabela de etnias que ingressam no serviço público no site
do Estadão Economia e Negócios, fonte que eu consultei (e cujo texto
colei aqui no blog) para fazer esse comentário: