quarta-feira, 2 de julho de 2014

A Copa do Mundo no Brasil - Parte IV (Os nossos atos falam mais alto, e muito mais visíveis que as nossas palavras!)

Comportamento


Estamos adentrando às quartas de final da Copa do Mundo 2014, e nesse quarto episódio (ou crônica) de "A Copa do Mundo Brasil", aqui no blog, quero escrever somente sobre os fatos que envolvem a Copa, do ponto de vista "sócio-teológico", numa abordagem simples e rápida, analisando o comportamento sócio esportivo humano. 

Fora dos campos, apesar de alguns conflitos entre alguns torcedores, da invasão dos chilenos ao Estádio do Maracanã, e de argentinos assaltando ingressos e celulares de argelinos, no geral, parece que a convivência, a receptividade e o calor humano dos brasileiros está dando um show digno de Copa do Mundo. Isso é ótimo!

No entanto, enquanto nas ruas as coisas estão bem, dentro do possível, nos estádios o que estamos vendo é uma Copa medíocre, e violenta. Alguns estão dizendo que essa Copa é "A Copa dos Gols" (devido à média de gols, em relação à Copa de 2010). Mas, infelizmente, essa é também "A Copa da Violência", das agressões, das cotoveladas, das mordidas, das joelhadas, dos pisões, dos puxões (que rasgam até calções e camisas). É a "Copa da Deslealdade" da "soneira", da mentira (o cara barbariza na "cara" do juiz e diz: "Não fiz nada"), por isso pode ser também a "Copa Hollyoodiana" (os caras fazem a falta e se jogam no chão, simulando que a falta foi contra eles, e ficam ali, se contorcendo "de dores", e depois saem correndo e jogando, como se nada tivesse acontecido, porque na realidade não aconteceu mesmo).

Digo sem medo estar julgado, que essa Copa é "A Copa do Cinismo" , do mau-caratismo, do egoísmo, do "custe-o-que-custar", do vale tudo para ser campeão... Mas o pior em tudo isso é que a maioria das pessoas aprovam tudo isso, e pensam que é normal. As pessoas que apoiam essas atitudes e pensam que as mesmas são normais, são as mesmas pessoas que clamam por ética, por justiça, por idoneidade, por transparência, por honestidade..., São as mesmas pessoas que criticam os governantes, os políticos, as polícias, os ladrões..., e criticam a sociedade como um todo, esquecendo-se de que nós somos a sociedade, e somos nós que construímos essa tal sociedade que tanto rejeitamos. Construímos essa sociedade com nossos atos e com as nossas omissões. De uma coisa não podemos nos esquecer: OS NOSSOS ATOS FALAM MAIS ALTO, E MUITO MAIS VISÍVEIS QUE AS NOSSAS PALAVRAS! 

Concluindo, entre os fatos mais marcantes no comportamento  social dessa rodada que se encerrou ontem (as oitavas de final), estão as criticas à torcida brasileira que vaiou a torcida chilena durante o hino chileno, e isso causou uma polêmica tremenda, sob a alegação de que a torcida brasileira vaiou o hino nacional chileno. Mas creio que na realidade não vaiaram o hino. Vaiaram a atitude dos chilenos de continuar cantando o hino. Há brasileiros que pensam que essa atitude de continuar cantando o hino depois que a Fifa encerra o áudio é um privilégio só nosso, porque fomos nós que iniciamos esse movimento na Copa das Confederações. Essa é uma atitude miserável, mesquinha, medíocre, sórdida, soberba..., os brasileiros deveriam orgulhar-se por estarmos sendo seguidos, imitados, copiados, "fazendo escola" e servindo de exemplo.

Essa é uma atitude tupiniquim de povinho subdesenvolvido, assim como foi a atitude de vaiar a presidente Dilma, e mandá-la "tomar no...", na abertura da copa. O que mais me chateia nesses dois casos, é que muita gente que achou certo vaiar a Dilma, agora está achando errado vaiar os chilenos, e o desrespeito e a gravidade dos fatos são os mesmos. É esse o testemunho que a elite branca brasileira dá para o mundo inteiro: Um péssimo exemplo! Lá, junto à torcida e nas arquibancadas não tem pobres e nem negros pobres. Se tivesse, ou se fosse na periferia, diriam: "São favelados!", e, "Isso é coisa de pretos".  É realmente lastimável e repugnante, tal atitude. 

Muitas dessas pessoas que lá estavam, vaiando os chilenos, vaiando a presidente do Brasil (durante a abertura do mundial) e que estão achando normal, esse comportamento violente e cheio cheios de "esperteza" dentro dos campos, também são as mesmas pessoas que, nas redes sociais se indignaram quando - há pouquíssimo tempo atrás - houve aquela onda de racismo na Europa, quando chamavam os jogadores de macacos, quando faziam gestos de macacos para eles, e quando jogavam bananas dentro do campo. Me parece que a igualdade humana mede-se com dois pesos e uma medida.