quarta-feira, 9 de julho de 2014

A Copa do Mundo no Brasil - VI Parte (Ainda não acabou)


Nunca fui fã de futebol, aliás, até pouco tempo atrás eu detestava futebol, eu só assisto futebol de quatro em quatro anos, e, nas duas últimas Copas do Mundo eu torci contra a Seleção Brasileira de Futebol - mas nunca torci contra o Brasil. Não há motivos para torcer contra o Brasil em nenhuma situação ou circunstância, há não ser que não amemos a nossa nossa pátria, e são nesses momentos confusos e perturbadores que nos perdemos e nos tornamos muitas coisas, entre essas coisas, podemos incluir: contraditórios, irracionais, intolerantes, cegos, pessimistas, eufóricos, extremista, radicais, críticos, apáticos, simpáticos, sentimentais... A lista é realmente muito grande, e podemos ir de um extremo ao outro em menos de um segundo.

Eu nunca joguei futebol - nunca consegui aprender a arte de dominar essa pelota que chamamos "bola". Eu era tão "pereba" que os outros meninos não me deixavam jogar nem no gol, mesmo que a bola fosse minha. Eles jogavam (com a minha bola) e eu ficava sentado, olhando-os, admiradamente apaixonado por suas habilidades e lindos dribles. Creio que não precisa ser um psicólogo para dizer: "É por isso que você odiava futebol!"  Sim, odiava, não odeio mais, creio que estou curado (Aleluia!). Apesar do "Aleluia", e, apesar de agora ser simpático ao futebol eu não sou fanático por esse esporte. Alias não sou fanático por esporte algum e nem por nada. Posso cometer alguns radicalismos esporádicos aqui, outros ali, mas logo volto ao normal.

Há  sete anos atrás, quando o Lula "inventou" de trazer a Copa do Mundo para o Brasil, eu, que não entendia nada de futebol e muito menos de Copa do Mundo - só comecei entender um pouco, agora, durante essa Copa - me preocupei apenas com a segurança dos turistas que viriam ao nosso pais para assistir ao espetáculo futebolístico, e preocupei-me também com os torcedores em geral por ser sabedor da violência em nosso pais, mas achei seria bom para o pais, principalmente para o turismo, uma Copa do Mundo no Brasil. Em minha sólida ignorância eu estava satisfeito por estarmos na disputa com vários países grandes e desenvolvidos, e, embora eu tivesse ficado satisfeito em estarmos no "topo do mundo", eu não tinha a mínima ideia de que nós é quem financiaríamos a Copa e que precisaríamos construir estádios novos. Por isso, estava vibrando!

Quando começaram surgir as notícias de construções de estádio com o dinheiro público, eu como todo brasileiro que ama esse pais "com muito orgulho e com muito amor", e, consciente de que precisamos de escolas, hospitais, segurança, emprego, políticas sociais de qualidade..., fiquei revoltado também! Perceberam como vamos de um estado - ou de um estágio - à outro, em menos de um segundo? Pois bem, fiquei contra a Copa do Mundo no Brasil, queria que a Seleção Brasileira de Futebol perdesse a Copa do Mundo... Sabia que o governo federal estava usando a Copa para tentar se eleger, sabia que uma possível vitória do Brasil na Copa do Mundo seria desastroso para as eleições no Brasil. Por tudo isso e muito mais, eu não queria mais a Copa do Mundo no Brasil, e queria a nossa Seleção fora da Copa.

Mais ou menos um mês antes do inicio da copa, tive uma discussão feia com o meu pai, na sala do meu apartamento sobre esse tema: Ser a favor ou contra a Copa do Mundo no Brasil, e, querer que a Seleção Brasileira perdesse a Copa do Mundo já na primeira fase, por causa das consequências políticas e o efeito disso tudo no resultado das eleições - o meu pai era a favor. O meu pai é  um homem vivido, experiente, altamente politizado, um cidadão consciente, um cara extremamente inteligente..., e, no meio da nossa discussão, eu muito bravo disse para ele: "Me admiro muito por você estar pensando assim!!" Então calmamente ele me disse: "Junior, apesar de tudo isso que você está colocando e que eu sei muito bem, uma Copa do Mundo, aqui fará bem para o nosso pais, para a economia, para o turismo, para projetar a nossa imagem lá fora..., e mais: Os jogadores não têm nada a ver com isso. Eles são brasileiros como eu e como você e também são vitimas desse sistema sórdido como nós somos. A grande maioria venceu na vida com muita dificuldade, alguns não estudaram e outros passaram até fome para chegarem onde chegaram, se hoje estão ricos é porque Deus os abençoou com o talento de jogar bola, e estar na Copa do Mundo para eles, é a realização de um sonho. Você não tem os seus sonhos? Eles também têm o sonho de jogar em uma Copa do Mundo, e principalmente em casa..."

O meu velho e sábio pai, no auge dos seus 74 anos (21 anos de vivência, experiência e sabedoria a mais do que eu tenho), me disse mais coisas (sábias) sobre a Copa do Mundo, que confesso, eu não quis ouvir. Estava cego e surdo em meu radicalismo e em meu extremismo de ser contra a Copa do Mundo no Brasil. Assim como muitos que estão, lendo esse meu relato agora, também são! Então, poucos dias depois, o Tino Marcos (repórter da Rede Globo) começou apresentar no Jornal Nacional a vida e a trajetória dos jogadores convocados para jogar a Copa do Mundo no Brasil pela Seleção Brasileira de Futebol - creio que quase todos aqui, assistiram a essa série de reportagens. Devo confessar para vocês que chorei com muitas histórias de vida que ali foram apresentadas, e devo esclarecer que eu não estava abalado psicologicamente (digo isso porque no Brasil, se um homem chora, ou é fraco ou está abalado. Para muitos, ainda, o homem não pode chorar). Ao fim dessas reportagens, eu já estava mudando as minhas ideias radicais e extremistas sobre torcer contra a Seleção Brasileira, mas ainda estava radicalmente contra a Copa do Mundo no Brasil. Na segunda feira que antecedeu o inicio da Copa (que foi na quinta feira), ouvi o Juca Kfouri dizer em seu comentário na CBN, mais ou menos assim: "O fato de torcermos pela Seleção Brasileira não quer dizer que somos a favor da corrupção ou que não temos consciência política, ou que não enxergamos tudo o que está acontecendo no pais. A Seleção é o Brasil, é o povo brasileiro, independentemente desse ou daquele governo, desse ou daquele governante. O fato de torcermos para a seleção Brasileira, não nos torna alienados."

Mais uma vez, mudei a minha ideia radical e extremista - como sempre, indo de um estágio à outro - mas feliz por viver o que acredito. Acredito que temos que ter senso crítico e que devemos nos abrir à outros conceitos e ideias sem perdemos o nosso foco e a nossa identidade, precisamos ser porosos em nossas ideias, e não inflexíveis. "Humilhante não é mudar de ideia, humilhante é não ter ideias para mudar", disse sabiamente o Confúcio.  Decidi então, torcer pela Seleção Brasileira, mas ainda queria que a Seleção perdesse na primeira fase, para que a Dilma não obtivesse nenhum tipo de vitória com isso. Ainda estava (e estou) revoltado com a corrupção, com os estádios no lugar de escolas e hospitais, com as mortes dos operários que construiram os estádios de futebol, com os desperdícios, com os super faturamentos, com as mortes da moça e do rapaz, sob o viaduto construido para as obras de mobilidade urbana para a Copa do Mundo, que desabou em Belo Horizonte, e que teve menos atenção do que o incidente com o Neymar dentro de campo. Mas pasmem! Pelas injustiças e pelas violências que vi contra a Seleção Brasileira dentro e fora do campo, e principalmente em cima do Neymar, eu já não queria mais que a Seleção Brasileira perdesse a Copa.  Um sentimento de orgulho patriota apoderou-se de mim, talvez pelo fato de que "eu sou brasileiro com muito orgulho e com muito amor."

Entretanto, mesmo não entendendo de futebol, eu sabia que o Brasil iria perder essa Copa. Com ou sem Neymar, com ou sem Tiago Silva. Na minha vasta ignorância futebolística, eu percebi que o Brasil tem uma das melhores seleções do mundo (ou talvez, a melhor), mas não tem técnico. E quero registrar a minha indignação com as pessoas que estão acusando os jogadores ao invés de responsabilizar os verdadeiros culpados: A comissão técnica, e principalmente o Luis Felipe Scolari. Ele tem a responsabilidade de escalar o time e de fazer substituições, assim como a de fazer as convocações e de estudar o time adversário. Estarei sempre repetindo que não entendo de futebol, por isso, se cometer aqui, alguma gafe, me perdoem, mas achei estranho que o Kaká e o Ronaldinho Gaúcho não estivessem nessa Seleção. Também achei estranho que os jogadores recebessem um dia e meio de folga após cada jogo, enquanto as outras seleções treinavam. Achei estranho que haviam poucos treinos com bola (futebol, jogo). Achei estranho que enquanto as outras seleções jogavam longe da torcida e dos jornalistas, o nosso técnico, que no início proibiu as visitas, depois escancarou os portões, causando inchaço e estrelismo nos jogadores. Achei estranho, as brincadeiras durante os treinos ao invés de treinos, e, as famílias e os amigos do jogadores passeando na Granja Comary como se fosse uma grande "colônia de férias", com passeios de quadriciclo, e pessoas indo e vindo de helicópteros aos borbotões, numa verdadeira festa, enquanto - repito - as outras seleções treinavam. E para finalizar as "minhas estranhezas", achei muito estranho, que o treinador não tenha feito nenhuma substituição logo após o segundo ou o terceiro gol da Alemanha. 


Tudo que posso dizer é que por mais que eu quisesse que o Brasil (a Seleção) perdesse essa Copa, eu não queria que perdesse para times sul americanos e nem para times africanos - pela soberba de pensar que ainda somos os melhores do mundo, e não admitir perder para nenhum pais da América do Sul  - e muito menos para a Argentina - isso por rivalidade também. Mas vejam só a ironia do destino: corremos o risco de disputar o 3º lugar com a Argentina, no sábado, e perder de "carroçada", igual perdemos para a Alemanha. Mesmo sendo "brasileiro com muito orgulho e com muito amor" nunca tive dúvidas de que perderíamos essa Copa do Mundo aqui no Brasil (com ou sem Neymar). Nunca tive dúvidas de uma possível final entre a Alemanha e a Holanda. Vou torcer para que seja assim! Será um futebol muito bonito de se ver, e será uma final digna de uma boa Copa do Mundo.

Só espero que as pessoas que se fecharam em seus extremos radicais possam refletir, que foi assim que se iniciou o Nazismo na Alemanha, o Apartheid na África do Sul, as guerras napoleônicas, a Primeira e a Segunda Guerra Mundial (estamos às vias de iniciar a terceira). Assim começou a Ku Klux Klan, com a intolerância à pele negra e com racismos. Assim começaram as ditaduras militares, inclusive a ditadura militar brasileira, que tento rechaçamos. Entre tantos outros fatos e situações de violências, guerras, guerrilhas, dominações..., que conhecemos na história da humanidade, todos eles começaram assim: com ideias e ideais, nem sempre inocentes, mas sempre radicais e intolerantes. Essas ideias e ideais vão tomando proporções enormes, e em breve as pessoas só pensam nisso, só respiram isso, se irritam e se aborrecem com os que pensam diferente, não falam em outra coisa, e vão se envenenando devagar, e o ódio vai tomando conta dos seus corações e de suas  mentes, e elas se esquecem que os outros têm sonhos como elas também têm. Esquecem-se de que as outras pessoas têm o direito de ser, de pensar e de opinar diferente, assim como elas também têm..., em breve se tornarão os "Black Blocs" das ideias e de todas as coisas, talvez não quebrando e destruindo bens e patrimônios, mas ainda assim, destruindo tudo e todos à sua volta. Uma coisa aprendi nessa Copa do Mundo no Brasil: radicalismos e extremismos nos tornam irracionais.

É bom que estejamos certos de uma coisa: nós que votamos em Lula, no primeiro mandato dele, também somos responsáveis por a Copa do Mundo estar acontecendo no Brasil hoje. Em 2002, ao digitar na urna eletrônica o número 13 do PT que tanto odiamos hoje, plantamos a semente da Copa e das Olimpíadas no Brasil. Não temos como fugir dessa responsabilidade. Somos tão culpados quanto. Quem nunca votou no PT para nenhum cargo, também é culpado, assim como estão culpando a Seleção de não ter jogado nada. Pois não lutaram o suficiente para manter o PSDB no poder e entregaram o jogo do poder ao PT. Para ser sincero, a Seleção (os meninos/jogadores) lutaram com garra e raça até o fim, só não ganharam o jogo. E você que está aí se esperneando contra a Copa assim como eu me esperneei, lutou com todas as suas forças para que o PT não ganhasse o jogo do PSDB? Se lutou, você assim como eu, sabe o que é lutar e perder. Assim é em tudo na vida! Não podemos ganhar todas, pois do outro lado existe um adversário que está preparado, seja em estratégia ou qualquer outra coisa. Fui professor de Karate muito anos e competi muito na minha juventude. Nem sempre ganhei, nem sempre perdi. Mas sei muito  bem o que significa perder.

Nós perdemos as escolas, os hospitais e todas as coisas pelas quais somos contra a Copa do Mundo no Brasil, quando votamos pela primeira vez no PT, lá atrás (em 1980) na abertura política. Lembram: "ANISTIA AMPLA GERAL E IRRESTRITA!"? Mesmo tendo votado somente para vereador, ou deputado... Essa foi a primeira semente para o PT chegar ao poder. Alguém aqui pode dizer: "Eu não era nem nascido." Mas seus pais eram, e foram enganados como eu também fui. Alguém pode dizer: "Eu só votei uma vez, em um só candidato." Quem fez assim, também colocou uma sementinha no canteiro da corrupção, nos canteiros do Lula e Dilma presidentes, e no canteiro da realização e da Copa do Mundo no Brasil. Não estou acusando ninguém, só estou estimulando a reflexão e o debate! Estão insatisfeitos? As eleições estão chegando! Daqui há dois meses poderemos mudar e votar em Aécio Neves, em Eduardo Campos, ou em outro candidato  em que quisermos votar, mas até lá, teremos que engolir o PT, sua corja e a Copa do Mundo. Dessa vez, lutemos com afinco. Votar só não basta, vá para as ruas pedir votos para o seu candidato. Converse e convença as pessoas, façamos a nossa parte, porque a Dilma está fazendo a parte dela. A parte dela é Vencer as eleições, com Copa ou sem Copa.

Uma lição estou levando de tudo isso que vivi durante um mês de Copa do Mundo no Brasil:  PRECISO PEDIR PERDÃO AO MEU VELHO E SÁBIO PAI! 
E você não precisa pedir perdão para ninguém? Nem para si próprio?

sábado, 5 de julho de 2014

A Copa do Mundo no Brasil - V Parte (A Copa da Violência e da Deslealdade - Uma Copa Sem Ética!)

Comentário
por Austri Junior

Você nunca imagina que vai sair de casa pela manhã ou em qualquer outro horário, cheio de vida e de planos, e que não mais voltará, pelo menos não com vida, para dessa vida desfrutar as suas bênçãos, crescer e aprender com as mazelas que essa mesma vida nos traz, mas que é de vital importância para o nosso amadurecimento e sabedoria. Discordo plenamente do grande Gabriel Garcia Marques, quando diz: “A sabedoria é algo que quando nos bate à porta já não nos serve para nada.” Serve sim, e serve muito! Serve para corrigirmos os erros, serve para buscarmos acertar na escolhas e decisões presentes e futuras, serve para instruirmos outras pessoas enquanto educadores, conselheiros, amigos, pais, companheiros, pastores e sacerdotes... Entretanto, a vida é mesmo um grande paradoxo.

Essa Copa do Mundo no Brasil tem trazido à minha mente muitas observações e reflexões, uma verdadeira escola da vida, onde estou observando cada vez mais perplexo os seres (des) humanos, que fazem tudo (o que há de mau e mal) por seus objetivos. Algumas vidas foram ceifadas, estancadas, paradas bruscamente para que agora as pessoas estejam nos estádios, vaiando, xingando, sorrindo e chorando de emoções... Gritando, GOL!

Mas não somente vidas foram ceifadas nas construções dos estádios, como também, nessa semana pelo menos duas vidas foram ceifadas debaixo de um viaduto na cidade de Belo Horizonte, por causa das obras de "mobilidade urbana" com o objetivo de se realizar a Copa do Mundo no Brasil, obra essa, tocada de maneira irresponsável, às pressas, de qualquer maneira, que não ficou pronta à tempo e como se não bastasse, caiu em cima de um ônibus e de um carro de passeio, matando a motorista do ônibus e o rapaz que dirigia o seu automóvel. Ambos e também os que morreram nas construções dos estádios deixaram famílias que estão sofrendo enquanto outros se divertem, muitos deles nem sequer lembram mais disso. Percebi que nos jogos de ontem nem sequer fizeram um minuto de silêncio pelas vidas que se foram debaixo do viaduto em BH. Muitos dirão: "Uma coisa não tem nada que ver com a outra." Quem  está pensando assim realmente está com a razão. Uma coisa realmente não tem nenhuma relação com a outra mesmo. Não para nenhum de nós, ou para a FIFA, ou para os governos envolvidos, mas o fato é que essas obras todas têm dois alvos: 1º - A Copa do Mundo no Brasil, e 2º - A reeleição de Dilma Roussef para a presidência da república. Não sejamos ingênuos em pensar que a Dilma e o PT não vão usar essa Copa e as suas "maravilhosas" obras de mobilidade urbana para ganhar as eleições em outubro. O discurso será: "As obras não são para os turistas, elas são para o povo brasileiro e ficarão aqui para sempre..." As obras ficarão para sempre, assim como o sofrimento e as angústias das famílias que perderam os seus entes queridos, por irresponsabilidade, morosidade e pressa (em consequência dessa morosidade) para terminar as obras, e eis o que aconteceu. Mas em outubro ninguém vai se lembrar disso, como já não lembram-se agora. Nós esquecemos as coisas muito facilmente, inclusive as promessas não cumpridas, e que praticamente às vésperas das eleições são prometidas novamente. Querem um pequeno exemplo? Desde o primeiro mandato do Lula, temos dele, a promessa de reforma e ampliação do Aeroporto de Vitória. Quem conhece o nosso aeroporto sabe que ele está mais para um clube de aviação que para um aeroporto de verdade, que até chove dentro (isso não é novidade nenhuma no Brasil). Pois muito bem, a Dilma esteve aqui em Vitoria, nessa quarta feira (02/07/14), e prometeu tudo novamente, e inclusive teleférico para a cidade de Vitória. O pior: tem gente que acredita.

Esse texto era para ser escrito e postado na segunda feira, véspera do inicio da Semi Final da Copa do Mundo no Brasil, como tenho feito desde o inicio dessa Copa. Ainda teremos dois jogos hoje: Bélgica x Argentina (é desnecessário dizer que torcerei para a Bélgica - mas já disse), e, Holanda x Costa Rica (torcerei para a Holanda e tenho quase certeza de que a Holanda chegará na final). Eu queria muito mesmo, esperar esses dois jogos e ver o que iria acontecer, antes de fazer os meus comentários aqui, mas não consegui esperar, tamanha a indignidade estou sentido em relação à covardia acometida ao Neymar, que foi selvagemente atropelado inescrupulosamente pelo Zúñiga, que nem sequer levou o cartão amarelo por conta de um juiz incompetente.  O Neymar estava semi agachado para dominar uma bola na altura do seu peito e o colombiano veio deslealmente por trás, subiu-lhe às costas, deu-lhe uma joelhada na coluna, enquanto apoiava-se na nuca do Neymar ao mesmo tempo em que o empurrava para baixo. Todos viram isso, e as imagens são muito claras. Quero ver qual vai ser a posição da FIFA em relação à esse fato.

Tenho batido na mesma tecla, aqui constantemente: Essa é a Copa do Mundo mais violenta que tenho visto desde a Copa de 1970. É a Copa das faltas graves e propositais, é a Copa da deslealdade, do cinismo, do vale tudo, do salve-se que puder. À cada jogo me encho de preocupação e temo pelas vidas dos jogadores - não somente dos jogadores brasileiros. Vendo o Neymar ser cassado da maneira que estava sendo, eu tinha certeza de que, mais cedo ou mais tarde o pegariam de jeito, como foi feito ontem. À cada jogo penso será que algum jogador nessa Copa sofrerá o infortúnio de sair do campo sem vida ou paralítico para sempre? Pode parecer exagerado, mas se olharmos para a violência dentro de campo veremos que não é, e quase aconteceu ontem. É duro, sair de casa, cheio de planos e de vida, cheio de expectativas e esperanças, e voltar sem um ou sem o outro. Isso não está longe de acontecer dentro de campo nessa Copa do Mundo no Brasil. Lembremo-nos de que a Argentina jogará daqui há 40 minutos (mais ou menos), e eles são os mestres da violência no futebol. Com argentinos todo cuidado é pouco, pois é a seleção mais desleal do mundo todo. 

Boa sorte à Seleção Brasileira, boa sorte aos jogadores de todas as seleções que jogam com lealdade, respeito e ética, e, boa sorte Neymar Jr. Espero que se recupere bem. Já não basta ter um sonho, um plano e um objetivo interrompido, ainda por cima ser alvo da torcida daqueles que não se preocupam com a vida humana, e torcem por Neymar fora da Copa. Quanto à Seleção do Brasil fora da Copa do Mundo, mudei de ideia: "EU SOU BRASILEIRO COM MUITO ORGULHO COM MUITO AMOR... " Apesar da Dilma, do PT e dos aliados corruptos (ou não). Uma coisa não tem nada que ver com a outra! 

quarta-feira, 2 de julho de 2014

A Copa do Mundo no Brasil - Parte IV (Os nossos atos falam mais alto, e muito mais visíveis que as nossas palavras!)

Comportamento


Estamos adentrando às quartas de final da Copa do Mundo 2014, e nesse quarto episódio (ou crônica) de "A Copa do Mundo Brasil", aqui no blog, quero escrever somente sobre os fatos que envolvem a Copa, do ponto de vista "sócio-teológico", numa abordagem simples e rápida, analisando o comportamento sócio esportivo humano. 

Fora dos campos, apesar de alguns conflitos entre alguns torcedores, da invasão dos chilenos ao Estádio do Maracanã, e de argentinos assaltando ingressos e celulares de argelinos, no geral, parece que a convivência, a receptividade e o calor humano dos brasileiros está dando um show digno de Copa do Mundo. Isso é ótimo!

No entanto, enquanto nas ruas as coisas estão bem, dentro do possível, nos estádios o que estamos vendo é uma Copa medíocre, e violenta. Alguns estão dizendo que essa Copa é "A Copa dos Gols" (devido à média de gols, em relação à Copa de 2010). Mas, infelizmente, essa é também "A Copa da Violência", das agressões, das cotoveladas, das mordidas, das joelhadas, dos pisões, dos puxões (que rasgam até calções e camisas). É a "Copa da Deslealdade" da "soneira", da mentira (o cara barbariza na "cara" do juiz e diz: "Não fiz nada"), por isso pode ser também a "Copa Hollyoodiana" (os caras fazem a falta e se jogam no chão, simulando que a falta foi contra eles, e ficam ali, se contorcendo "de dores", e depois saem correndo e jogando, como se nada tivesse acontecido, porque na realidade não aconteceu mesmo).

Digo sem medo estar julgado, que essa Copa é "A Copa do Cinismo" , do mau-caratismo, do egoísmo, do "custe-o-que-custar", do vale tudo para ser campeão... Mas o pior em tudo isso é que a maioria das pessoas aprovam tudo isso, e pensam que é normal. As pessoas que apoiam essas atitudes e pensam que as mesmas são normais, são as mesmas pessoas que clamam por ética, por justiça, por idoneidade, por transparência, por honestidade..., São as mesmas pessoas que criticam os governantes, os políticos, as polícias, os ladrões..., e criticam a sociedade como um todo, esquecendo-se de que nós somos a sociedade, e somos nós que construímos essa tal sociedade que tanto rejeitamos. Construímos essa sociedade com nossos atos e com as nossas omissões. De uma coisa não podemos nos esquecer: OS NOSSOS ATOS FALAM MAIS ALTO, E MUITO MAIS VISÍVEIS QUE AS NOSSAS PALAVRAS! 

Concluindo, entre os fatos mais marcantes no comportamento  social dessa rodada que se encerrou ontem (as oitavas de final), estão as criticas à torcida brasileira que vaiou a torcida chilena durante o hino chileno, e isso causou uma polêmica tremenda, sob a alegação de que a torcida brasileira vaiou o hino nacional chileno. Mas creio que na realidade não vaiaram o hino. Vaiaram a atitude dos chilenos de continuar cantando o hino. Há brasileiros que pensam que essa atitude de continuar cantando o hino depois que a Fifa encerra o áudio é um privilégio só nosso, porque fomos nós que iniciamos esse movimento na Copa das Confederações. Essa é uma atitude miserável, mesquinha, medíocre, sórdida, soberba..., os brasileiros deveriam orgulhar-se por estarmos sendo seguidos, imitados, copiados, "fazendo escola" e servindo de exemplo.

Essa é uma atitude tupiniquim de povinho subdesenvolvido, assim como foi a atitude de vaiar a presidente Dilma, e mandá-la "tomar no...", na abertura da copa. O que mais me chateia nesses dois casos, é que muita gente que achou certo vaiar a Dilma, agora está achando errado vaiar os chilenos, e o desrespeito e a gravidade dos fatos são os mesmos. É esse o testemunho que a elite branca brasileira dá para o mundo inteiro: Um péssimo exemplo! Lá, junto à torcida e nas arquibancadas não tem pobres e nem negros pobres. Se tivesse, ou se fosse na periferia, diriam: "São favelados!", e, "Isso é coisa de pretos".  É realmente lastimável e repugnante, tal atitude. 

Muitas dessas pessoas que lá estavam, vaiando os chilenos, vaiando a presidente do Brasil (durante a abertura do mundial) e que estão achando normal, esse comportamento violente e cheio cheios de "esperteza" dentro dos campos, também são as mesmas pessoas que, nas redes sociais se indignaram quando - há pouquíssimo tempo atrás - houve aquela onda de racismo na Europa, quando chamavam os jogadores de macacos, quando faziam gestos de macacos para eles, e quando jogavam bananas dentro do campo. Me parece que a igualdade humana mede-se com dois pesos e uma medida.