Professor: Leonardo Stuepp
Cursou Matemática e História na FURB – UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU.
Cursou MBA em Administração e Marketing no IBES. Fez o curso de
Dirección Estratégica de La Empresa: Perspectiva Comercial, na
Universidade de Salamanca/Espanha
Profere palestras com temas motivacionais e religiosos.Pertence à Paróquia Cristo Rei no bairro da Velha em Blumenau, pertencente à Diocese de Blumenau.
Ministra cursos bíblicos na Paróquia Cristo Rei de Blumenau e Paróquia Santo Antônio de Blumenau.
É coordenador do encontro de noivos da Paróquia Cristo Rei.
Colabora no encontro de pais e padrinhos da Paróquia Cristo Rei.
Coordena o encontro de pais dos catequizandos de Eucaristia e Crisma da Paróquia Cristo Rei.
Tem três livros publicados: Conversando com o Profeta; Carlos o desempregado e O Sarau.
Lançará em breve o quarto livro: Leituras que me ajudaram.
Profere palestras com temas motivacionais e religiosos.Pertence à Paróquia Cristo Rei no bairro da Velha em Blumenau, pertencente à Diocese de Blumenau.
Ministra cursos bíblicos na Paróquia Cristo Rei de Blumenau e Paróquia Santo Antônio de Blumenau.
É coordenador do encontro de noivos da Paróquia Cristo Rei.
Colabora no encontro de pais e padrinhos da Paróquia Cristo Rei.
Coordena o encontro de pais dos catequizandos de Eucaristia e Crisma da Paróquia Cristo Rei.
Tem três livros publicados: Conversando com o Profeta; Carlos o desempregado e O Sarau.
Lançará em breve o quarto livro: Leituras que me ajudaram.
A IGREJA E A JUSTIÇA SOCIAL
Por Leonardo Stuepp
No momento histórico em que vivemos, com mudanças expressivas
nas questões econômicas e sociais, muitas vezes nos colocamos em posição de
crítica quanto a ação da Igreja de Jesus Cristo e com isto, nos deixamos levar
pelo comodismo ou ainda, pela total alienação quanto ao nosso compromisso de
evangelização, fazendo com que as correntes contrárias à Fé, tentem “provar” a
não existência de Deus ou a ineficácia da ação religiosa, onde as lutas “por
novos membros”, fragiliza o Corpo Místico de Cristo, tornando “o ser cristão”
como que uma mercadoria, um comércio “da salvação”.
Busco, neste estudo, fundamentado no “Compêndio da Doutrina
social da Igreja”, elaborado pelo Pontifício Conselho “Justiça e Paz”, pela
Paulinas, em 5a edição, 2009,
apresentar um pouco da doutrina social da Igreja Católica Apostólica Romana,
que mais das vezes é totalmente desconhecida por seus membros e também aos
amados irmãos de outras denominações, um meio de não só a conhecer
intelectualmente, mas que possa ser instrumento de meditação e, principalmente
um norte em nossa caminhada no mundo globalizado, em que os valores estão sendo
distorcidos e o “ter”, o “poder” e o “prazer” determinam o sonho e objetivo de
homens e mulheres, perdidos no tumulto da agitação diária, sem um tempo para
reflexões mais profundas, sobre o verdadeiro sentido da vida.
1 - Neste primeiro trabalho, recolho
partes da Introdução: Um humanismo
integral e solidário. Páginas 18-24., da obra supracitada.
“No decorrer da sua história, e em particular nos últimos
séculos, a Igreja jamais renunciou – de acordo com as palavras do Papa Leão
XIII – a dizer a “palavra que lhe compete” sobre as questões da vida social.
A Igreja continua a interpelar todos os povos e todas as
nações, porque somente no nome de Cristo a salvação é dada ao homem e não se
cansa de anunciar o Evangelho que propicia salvação e autêntica liberdade,
mesmo nas coisas temporais.
Aos homens e às mulheres do nosso tempo, seus companheiros de
viagem, a Igreja oferece também a sua doutrina social.
Ao descobrir-se amado por Deus, o homem compreende a própria
dignidade transcendente, aprende a não se contentar de si e a encontrar o
outro, em uma rede de relações cada vez mais autenticamente humanas.
O amor tem diante de si em vasto campo de trabalho, e a
Igreja, nesse campo, quer estar presente também com a sua doutrina social, que
diz respeito ao homem todo e se volve a todos os homens. Tantos irmãos
necessitados estão à espera de ajuda, tantos oprimidos esperam por justiça,
tantos desempregados estão à espera de trabalho, tantos povos esperam por
respeito: “Como é possível que ainda haja, no nosso tempo, quem morra de fome,
quem esteja condenado ao analfabetismo, quem viva privado dos cuidados médicos
mais elementares, quem não tenha uma casa para se abrigar? E o cenário de
pobreza poderá ampliar-se indefinidamente, se às antigas pobrezas
acrescentarmos as novas que frequentemente atingem mesmo os ambientes e categorias
dotados de recursos econômicos, mas sujeitos ao desespero da falta de sentido,
à tentação da droga, à solidão na velhice ou na doença, à marginalização ou à
discriminação social [...] E como ficar indiferentes diante das perspectivas
dum desequilíbrio ecológico, que torna inabitáveis e hostis ao homem vastas
áreas do planeta? Ou em face dos problemas da paz, frequentemente ameaçada com
o íncubo de guerras catastróficas? Ou perante o vilipêndio dos direitos humanos
fundamentais de tantas pessoas, especialmente das crianças?” (João Paulo II,
Carta apostólica. Novo millenio ineunte, 50-51: AAS 93 (2001) 303-304).
O amor cristão move à denúncia, à proposta e ao compromisso
de elaboração de projetos em campo cultural e social, a uma operosidade
concreta e ativa, que impulsione a todos os que tomam sinceramente a peito a
sorte do homem e a oferecerem o próprio contributo. A humanidade compreende
cada vez mais claramente estar ligada por um único destino que requer uma comum
assunção de responsabilidade, inspirada em um humanismo integral e solidário:
vê que esta unidade de destino é frequentemente condicionada e até mesmo
imposta pela técnica ou pela economia e adverte a necessidade de uma maior
consciência moral, que oriente o caminho comum. Estupefatos pelas múltiplas
inovações tecnológicas, os homens do nosso tempo desejam ardentemente que o
progresso seja votado ao verdadeiro bem da humanidade de hoje e de amanhã.
O cristão sabe poder encontrar na doutrina social da Igreja
os princípios de reflexão, os critérios de julgamento e as diretrizes de ação
donde partir para promover esse humanismo integral e solidário. Difundir tal
doutrina constitui, portanto, uma autêntica prioridade pastoral, de modo que as
pessoas, por ela iluminadas, se tornem capazes de interpretar a realidade de
hoje e de procurar caminhos apropriados para a ação: “O ensino e a difusão da
doutrina social fazem parte da missão evangelizadora da Igreja”. (João Paulo
II, Carta encíclica Sollicitudo rei socialis, 41: AAS 80 (1988) 571-572).
A orientação que se dá à existência, à convivência social e à
história dependem, em grande parte, as respostas dadas a estas questões sobre o
lugar do homem na natureza e na sociedade. O significado profundo do existir
humano, com efeito, se revela na livre busca da verdade, capaz de oferecer
direção e plenitude à vida, busca essa a que tais questões impelem
incessantemente a inteligência e a vontade do homem. Elas exprimem a natureza
humana no seu nível mais alto, porque empenham a pessoa em uma resposta que
mede a profundidade do seu compromisso com a própria existência. Trata-se,
ademais, de interrogações essencialmente religiosas: “quando o porquê das
coisas é indagado a fundo em busca da resposta última e mais exaustiva, então a
razão humana atinge o seu ápice e se abre à religiosidade. Com efeito, a
religiosidade representa a expressão mais elevada da pessoa humana, porque é o
ápice da sua natureza racional. Brota da profunda aspiração do homem à verdade,
e está na base da busca livre e pessoal que ele faz do divino”. (João Paulo II,
Alocução na Audiência Geral (19 de outubro de 1983), 2: L’Ossevartore Romano,
Ed. Em português, 23 de outubro de 1983, 12).
As interrogações radicais, que acompanham desde os inícios o
caminho dos homens, adquirem, no nosso tempo, ainda maior significância, pela
vastidão dos desafios, pela novidade dos cenários, pelas opções decisivas que
as atuais gerações são chamadas a efetuar.
O primeiro dentre os maiores desafios, ante os quais a
humanidade se encontra, é o da verdade mesma do ser-homem. A fronteira e a
relação entre a natureza, técnica e moral são questões que interpelam
decisivamente a responsabilidade pessoal e coletiva em vista dos comportamentos
que se devem ter em face daquilo que o homem é, do que pode fazer e do que deve
ser. Um segundo desafio é posto pela compreensão e pela gestão do pluralismo e
das diferenças em todos os níveis: de pensamento, de opção moral, de cultura,
de adesão religiosa, de filosofia do progresso humano e social. O terceiro
desafio é a globalização, que tem um significado mais amplo e profundo do que o
simplesmente econômico, pois que se abriu na história uma nova época, que
concerne ao destino da humanidade.
Os discípulos de Jesus sentem-se envolvidos por estas
interrogações, levam-nas eles mesmos no coração e querem empenhar-se,
juntamente com todos os homens, na busca da verdade e do sentido da existência
pessoal e social. Para tal busca contribuem com o seu generoso testemunho do
dom que a humanidade recebeu: Deus dirigiu-lhe Sua Palavra no curso da
história, antes, Ele mesmo entrou na história para dialogar com a humanidade e
a revelar-lhe o Seu desígnio de salvação, de justiça e de fraternidade. Em Seu
Filho, Jesus Cristo, feito homem, Deus nos libertou do pecado e nos indicou o
Caminho a percorrer e a meta à qual tender.
A Igreja caminha com toda a humanidade ao longo das estradas
da história. Ela vive no mundo e, mesmo sem ser do mundo (cf. Jo 17,14-16), é
chamada a servi-lo seguindo a própria vocação íntima”.